No ritmo da Olimpíada, o Agibank está batendo recorde atrás de recorde neste ano na última linha do balanço. Depois de começar o ano com um lucro histórico, o banco focado em consignado para o público de baixa renda voltou a se superar – e conseguiu isso equilibrando expansão de carteira de crédito com diminuição de inadimplência.

O Agibank informou nesta terça-feira, 20 de agosto, que fechou o segundo trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 225 milhões, um crescimento de 154,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com o resultado, o banco encerrou os primeiros seis meses do ano com um lucro de R$ 440,5 milhões, superando em seis meses o que conseguiu no acumulado de 2023, quando o lucro atingiu R$ 430,1 milhões.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) alcançou 47,2% nos últimos 12 meses, acima dos 42,4% apurados nos primeiros três meses do ano e do 17,7% vistos no mesmo período de 2023.

“Conseguimos manter um nível de originação de crédito bastante diferenciado, o que permitiu termos um crescimento das nossas carteiras de crédito em ritmo mais de três vezes o do mercado”, diz Glauber Corrêa, CEO do Agibank, ao NeoFeed. “Foi um semestre que indicou um fechamento de ano muito positivo para nós.”

Fique Por Dentro

Carteira de crédito do Agibank avançou 53% na comparação anual
Índice de inadimplência acima de 90 dias caiu 1,2 ponto percentual
ROAE nos últimos 12 meses sobe para 47,2% no 2º trimestre

Durante o segundo trimestre, a carteira de crédito da instituição avançou 53% na comparação anual, atingindo R$ 19,1 bilhões. O desempenho foi acompanhado pela melhora significativa no índice de inadimplência acima de 90 dias, que caiu 1,2 ponto percentual em base anual, para 3,3%. O índice de cobertura, por sua vez, expandiu para 142,1%, um aumento de 20,7 pontos percentuais.

Segundo Corrêa, o Agibank conseguiu atender a demanda dos clientes por crédito reduzindo a inadimplência graças à composição de sua carteira, com cerca de 75% dela composta por produtos como crédito consignado, cartão consignado e fundo de garantia. A carteira de crédito consignado aumentou 61,1%, para R$ 15,3 bilhões.

No crédito pessoal, que cresceu 27%, a R$ 3,6 bilhões, o banco opera para clientes que têm a principalidade com a instituição, conceito que vem ganhando força em bancões e fintechs. “Além do salário que recebe conosco, ele concentra conosco cartão de crédito, chave Pix, que são pontos extremamente importantes para mitigar qualquer dinâmica de inadimplência”, diz Corrêa.

O Agibank fechou o segundo trimestre com receita total de R$ 1,7 bilhão, alta de 42,1% em base anual, com o resultado de intermediação financeira (NII) subindo 39%, a R$ 1 bilhão.

Corrêa destaca ainda que o Agibank investiu nos últimos anos para construir modelos de crédito para ser certeiro na concessão de recursos e garantir a segurança das carteiras. O saldo das provisões para devedores duvidosos (PDD) aumentou 32,3% no segundo trimestre, para R$ 896,1 milhões, com a PDD como porcentagem da carteira na casa dos 4,7%, abaixo dos 5,4% do mesmo período de 2023.

No segundo semestre de 2024, o plano do Agibank é expandir a base de clientes e aumentar o nível de cross selling de produtos. No segundo trimestre, a quantidade de clientes ativos subiu 40,6% em base anual, para 3,2 milhões, com o percentual de clientes com cinco ou mais produtos contratados alcançando 73,7%.

“Queremos fechar o próximo trimestre com o mesmo ritmo de crescimento do número de clientes ativos”, diz Corrêa.

Para conquistar mais clientes, além de iniciativas para melhorar a experiência virtual, uma das estratégias do Agibank segue sendo expandir a presença física pelo País, na contramão dos grandes bancos. O banco aumentou em 7% sua base de lojas – o banco não possui agências bancárias, mas pontos de atendimento aos clientes – no segundo trimestre, para 944, e pretende fechar o ano com 1 mil unidades.

Os acordos de funding firmados neste ano com o Citibank Brasil e uma instituição global não informada totalizaram até US$ 15,4 bilhões até 2030. Eles são vistos também como outro motor de crescimento do Agibank, reforçando a capacidade do banco expandir os ativos de crédito e a base de clientes. O banco tem como objetivo levar sua carteira de crédito a R$ 100 bilhões até 2030.