Nova York - Executivos de empresas como eB Capital, Maraé Investimentos e Boston Consulting Group (BCG) anunciaram em Nova York a criação do Brazil Climate Institute, uma plataforma que visa unir investimentos privados e o mercado internacional em prol das questões climáticas no Brasil.
“Nós precisamos levar a mensagem do Brasil para o mundo em todos os momentos e não só uma vez ao ano, quando nos reunimos no evento aqui em Nova York”, afirma Marina Cançado, cofundadora da iniciativa e idealizadora da Converge Capital.
“Com o instituto, planejamos ter mais encontros e trazer o assunto para a realidade do dia a dia, tirando do papel negócios que efetivamente impactam o país”, complementa.
O Brazil Climate Institute foi apresentado no Brazil Climate Summit 2024, o evento que marca a abertura da Climate Week, nos Estados Unidos. A ideia é profissionalizar e expandir as conexões feitas dentro dos eventos e torná-las cada vez mais comuns e produtivas.
“Queremos ajudar o setor privado a entender onde estão sendo tomadas as decisões que podem mudar o rumo do mercado e de setor específicos, para que eles possam participar desses momentos e fazer parte da mudança”, afirma Jorge Hargrave, diretor da Maraé.
“Atualmente, as lideranças de gigantes do setor não contam com a presença de brasileiros, o que é um erro, já que o que fazemos no país afeta todo o mundo”, complementa.
Inicialmente, o projeto será financiado pelos recursos levantados com os patrocinadores para o evento, que totalizaram 12 em 2024 e incluíram nomes como Vale, CCR, Pátria e Bradesco. “Porém, aos poucos vamos entender se entraremos em um modelo colaborativo ou se continuaremos em busca de patrocinadores”, afirma Cançado.
Luciana Antonini Ribeiro, fundadora da eB Capital e uma das líderes do projeto, diz que o trabalho inicial será feito dentro de suas próprias redes para criar um ecossistema. Mas, ao longo do tempo, a colaboração com o governo também será essencial para que essas iniciativas cheguem mais longe.
"O momento tem que ser pautado para investimento e não financiamento, o que são coisas completamente diferentes. E é nisso que estamos focados", diz.
Na visão de Tom Trebat, cofundador do instituto e diretor do Columbia Global Center Rio de Janeiro, isso só será possível se houver uma união. “O setor privado tem de estar em união com o público para que esses projetos sejam vantajosos e chamem atenção dos investidores internacionais”.
É praticamente unanimidade a necessidade de o Brasil ser protagonista nos próximos anos da mudança climática. E um bom sinal é a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, chamada de COP30, em Belém, no Pará.
“Se o Brasil, que tem todos os recursos para ser protagonista nessa virada climática, não ocupar o seu espaço, não sei quem poderá fazer isso", afirma Trebat.