A Cosan, grupo empresarial de Rubens Ometto, acaba de anunciar uma troca de cadeiras que promete chacoalhar a empresa. Nelson Gomes, CEO do grupo, vai deixar a cadeira de comando da holding para ocupar a presidência da Raízen.

Ricardo Mussa, por sua vez, deixa a Raízen para tocar a Cosan Investimentos, o braço responsável pela alocação de capital do grupo. Quem assume o manche do grupo é Marcelo Martins, atual vice-presidente de estratégia da Cosan.

A mudança vem em um momento em que o mercado pressiona a empresa por uma melhora em sua estrutura de capital. Controladora ou dona de participações relevantes em companhias como Rumo, Compass, Moove, Radar, Raízen e Vale, ela apresentou uma dívida líquida de R$ 21,3 bilhões, no primeiro trimestre de 2024.

A dança das cadeiras na companhia foi pensada para resolver alguns pontos estratégicos. A ida de Martins, um executivo com perfil mais financeiro, para o comando da Cosan visa reduzir a alavancagem da companhia hoje em 2,7 vezes o Ebitda.

Uma fonte a par das mudanças disse ao NeoFeed que a ida de Nelson Gomes para a Raízen se deve ao fato de ele ter um perfil mais operacional e Mussa, com mais de cinco anos à frente da maior produtora de açúcar e etanol do mundo, já entregou resultado ao coordenar o IPO e colocar no mercado o etano de segunda geração.

A ação da Cosan fechou o pregão de segunda-feira, 21 de outubro, cotada em R$ 11,73, queda de 0,68%. No ano, a queda é de 39% e a companhia é avaliada em R$ 21,8 bilhões.

Em recente relatório do Bank of America, as analistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo escreveram que entre 2009 e setembro de 2022, a estratégia da Cosan premiou os acionistas com retorno médio anual de 18% versus os 8% anuais do Ibovespa.

“Porém, a história mudou após a aquisição de participação minoritária na Vale em outubro de 2022. Desde então, as ações caíram 10% ao ano (Ibov. estável); e alguns investidores veem agora a Cosan como uma holding alavancada sem catalisadores de curto prazo.” As mudanças no management buscam mudar essa visão.