Um grupo de companhias europeias, que tem a Airbus como principal representante, negocia a formação de uma joint venture para criar uma nova empresa de satélites de baixa órbita para enfrentar a Starlink, de Elon Musk.
A Airbus junto com as companhias de produtos aeroespaciais Thales e Leonardo estão em conversas para criar uma concorrente europeia no segmento, de modo a ganhar escala num mercado marcado por fortes perdas para as empresas, segundo a agência de notícias Reuters, .
A iniciativa, apelidada de Projeto Bromo, em referência a um vulcão na Indonésia, ainda está em estágios iniciais. No entanto, as conversas vêm progredindo, com as companhias concordando em criar uma nova empresa que agregará os satélites produzidos pelo trio, ao invés de um dos participantes comprando os ativos do restante.
Não há previsão de quando essa nova empresa possa ser lançada, com o CEO da Leonardo, Roberto Cingolani, afirmando à Reuters que as conversas envolvem uma série de discussões técnicas.
O movimento resultará numa reestruturação da atuação dessas companhias, até então especializadas em satélites geoestacionários mais complexos, que ficam a 36 mil quilômetros da Terra parados sobre um único ponto.
Esse modelo acabou sofrendo com a chegada dos chamados satélites de baixa órbita, utilizados por empresas como a Starlink para oferecer conexão à internet de alta velocidade e baixa latência inclusive para regiões remotas.
As conversas vêm num momento em que as companhias aeroespaciais passam por duras dificuldades financeiras, forçando uma reestruturação das atividades. A Airbus informou em outubro que estuda cortar cerca de 2,5 mil postos de trabalho, cerca de 7% do quadro de empregados de sua área de defesa e espaço, até meados de 2026.
Neste meio tempo, a companhia de Musk ganhou tamanho e relevância. A Starlink não revela quantos satélites possui em órbita, mas, em setembro deste ano, dados publicados por Musk em sua rede social X apontavam que a companhia tinha mais de 6,3 mil satélites em órbita, sendo referência neste mercado.
O forte crescimento da companhia de Musk vem gerando preocupações, não apenas para as companhias europeias. No fim de novembro, a estatal Telebras assinou um memorando de entendimentos com a chinesa SpaceSail para cooperação neste mercado, com o governo brasileiro justificando a medida como uma forma de expandir a competição.
Quem também está de olho no mercado é a chinesa Shanghai Spacecom Satellite Technology (SSST). A empresa fechou um acordo com a Sete Partners, advisory especializada em fomentar negócios internacionais de André Skaf, para atuar no País, conforme mostrou o NeoFeed.