A pouco mais de um mês de tomar posse na Casa Branca, Donald Trump tem mantido uma agenda cada vez mais intensa na preparação para o seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos. E, dentro desse calendário, a data de hoje deve incluir a divulgação de um compromisso bilionário.
Trump irá receber Masayoshi Son, fundador e CEO do Softbank em sua residência em Mar-a-Lago, Palm Beach, na Flórida, nesta segunda-feira. E o manda-chuva do grupo japonês trará na bagagem a promessa de um investimento de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos, segundo a rede americana CNBC.
A cifra será aportada nos próximos quatro anos. E, de acordo com pessoas familiarizadas com as tratativas, envolverá um anúncio conjunto com o mandatário americano para a criação de 100 mil empregos focados em inteligência artificial e na infraestrutura relacionada a essa tecnologia.
Os recursos para viabilizar esse montante bilionário devem vir de diversas fontes. Entre elas, o Vision Fund, fundo de investimentos em tecnologia do Softbank; projetos de capital ou por meio da Arm, fabricante de chips que é controlada pela companhia japonesa.
Ao mesmo tempo, uma parcela do dinheiro pode incluir algumas cifras já anunciadas anteriormente, como o investimento recente de US$ 1,5 bilhão do Softbank na OpenAI, como parte da rodada mais recente da dona do ChatGPT, que avaliou sua operação em US$ 157 bilhões.
Há oito anos, quando foi eleito pela primeira vez presidente dos Estados Unidos, Trump fez um anúncio semelhante em parceria com Masayoshi Son. Na época, o Softbank se comprometeu a investir US$ 50 bilhões no país com o objetivo de criar 50 mil empregos.
Agora, ao dobrar, a princípio, a aposta no mercado americano, Son também reforça seu foco e o apetite do Softbank pela inteligência artificial, algo que não está restrito ao aporte bilionário realizado na OpenAI.
Esse interesse tem sido reiterado por ele em diversas ocasiões. Uma de suas mais recentes manifestações nessa direção veio em outubro deste ano, durante o Softbank World 2024, conferência anual realizada pelo grupo.
“Uma corrida do ouro da inteligência chegou. Aquele que for mais rápido vencerá”, afirmou Son, no evento. Na oportunidade, ele também disse acreditar que, a partir da inteligência artificial, os computadores terão habilidades cognitivas no nível de um ser humano em dois a três anos.
Em sua apresentação, Son destacou ainda o que classificou como “superinteligência artificial”, na qual os computadores terão 10 mil vezes mais a inteligência dos seres humanos. Algo que, em sua projeção, será alcançado em uma década.
“Podemos projetar assistentes pessoais de inteligência artificial que entendam suas emoções”, afirmou. “Essa tecnologia evoluirá a um ponto em que sua felicidade será sua maior recompensa.”