O empresário Janguiê Diniz arrematou a mansão do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira por R$ 27,5 milhões. O lance mínimo era R$ 10 milhões.
Esse era o quarto leilão da mansão, que faz parte da massa falida do Banco Santos, que quebrou em 2005. Apesar de ser superior ao lance inicial, o valor da casa de mais de 8 mil metros quadrados era estimado em R$ 78 milhões.
Em entrevista ao NeoFeed, Diniz disse que vai transformar a casa em uma escola de alto padrão voltada para o ensino básico. O empreendimento deverá começar a funcionar em 2021.
A casa fica no bairro do Morumbi, zona Sul da capital paulista. O projeto arquitetônico é de Ruy Ohtake, com paisagismo de Roberto Burle Marx.
A ideia de Diniz é trazer uma proposta educacional além da convencional. A escola usará métodos de solução de problemas reais de forma integrada para ensinar multihabilidades e desenvolver o pensamento crítico.
O projeto terá como objetivo principal proporcionar uma formação humana integral, seguindo os moldes da escola Ad Astra School, desenvolvida por Elon Musk, fundador da fabricante de carros elétricos Tesla.
"Que ótima notícia você está me dando", disse Vânio Aguiar, administrador da massa falida do Banco Santos, quando foi informado pelo NeoFeed da finalidade do imóvel arrematado por Diniz. "Muita gente queria comprar para demolir."
Diniz mudou-se para São Paulo no ano passado para tocar o Instituto Êxito, que apoia o empreendedorismo. Ele mantém ainda o cargo de presidente do Conselho de Administração da Ser, quinto maior grupo educacional do País, que vale R$ 3,8 bilhões na B3 e conta com 170 mil alunos.
Ele também faz parte de um grupo de empresários que criou um fundo de investimento para investir em edtechs. Os dois primeiros aportes foram na Redação Online e na Traktor.
Massa falida
O banqueiro Edemar Cid Ferreira chegou a ser preso em 2006, um ano depois da falência do Banco Santos, mas foi solto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, ele responde em liberdade ao processo de gestão fraudulenta de instituição financeira.
Desde a falência do Banco Santos, já foram recuperados aproximadamente R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1,7 bilhão foram devolvidos aos credores.
Falta ainda o leilão de aproximadamente seis mil obras de artes - Ferreira era um dos mais respeitados colecionadores brasileiros. As peças estão em exposição em vários museus de São Paulo, como o Museu de Arte Contemporânea.
O leilão mais aguardado, no entanto, é de uma carteira de crédito com aproximadamente 400 devedores. O valor de face da dívida, segundo Aguiar, é R$ 6 bilhões.
A DBO foi contratada para avaliar a carteira e indicar um preço mínimo para a realização do leilão. Aguiar acredita que ele pode acontecer no segundo semestre de 2020.
"O mercado está aquecido para esses títulos em função deste cenário de queda de taxas de juros", afirma Aguiar, que acredita que pode conseguir entre R$ 400 milhões e R$ 600 milhões com o leilão da carteira de crédito.
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