Elon Musk entrou mais uma vez em rota de colisão com a OpenAI e, novamente, o palco escolhido para esse confronto foram os tribunais. Agora, porém, um terceiro nome – não menos gigante – também está diretamente incluído nessa disputa.

Startup de inteligência artificial fundada pelo bilionário, a xAI entrou com um processo contra a dona do ChatGPT e a Apple acusando as duas companhias de juntarem forças para impedirem e sufocarem a concorrência. A ação antitruste foi registrada em um tribunal distrital do Texas.

“Esta é a história de dois monopolistas unindo forças para garantir seu domínio contínuo em um mundo rapidamente impulsionado pela tecnologia mais poderosa que a humanidade já criou: a inteligência artificial”, afirma a empresa no processo.

Na ação registrada em um tribunal distrital do Texas, a empresa alega que, ao mesmo tempo em que favorece a OpenAI, ao integrar o ChatGPT em seus produtos, a Apple coloca os superapps e chatbots concorrentes em segundo plano nos rankings da App Store. Entre eles, o Grok, a plataforma da startup.

“Em uma tentativa desesperada de proteger seu monopólio de smartphones, a Apple uniu forças com a empresa que mais se beneficia da inibição da concorrência e da inovação em inteligência artificial: a OpenAI, monopolista no mercado de chatbots de IA generativa”, diz um outro trecho.

Distribuída em 61 páginas, a denúncia também ressalta que que a inteligência artificial é vista como uma “ameaças existencial” pela Apple, levando a companhia a “conspirar” com a OpenAI numa estratégia para proteger o iPhone, ainda hoje, o carro-chefe, com sobras, da empresa da maçã.

Na outra ponta, a ação destaca que a parceria fez com que o ChatGPT se tornasse a única plataforma de inteligência artificial generativa a se beneficiar de “bilhões de prompts de usuários originários de centenas de milhões de iPhones”, o que lhe dá uma vantagem significativa em relação aos rivais.

O processo também retrata a OpenAI como uma “ameaça à humanidade”, destacando que a empresa está determinada a priorizar o lucro em detrimento da segurança pública, enquanto tenta dar sequência ao seu crescimento exponencial desde o lançamento do ChatGPT, no fim de 2022.

Essa abordagem se conecta com o discurso adotado em uma outra ação movida anteriormente por Musk contra a empresa. Nela, o bilionário, um dos fundadores da OpenAI, alega que a companhia abandonou a missão de priorizar os benefícios da IA para a humanidade para se centrar em seus ganhos.

Na época, o “contra-ataque” da OpenAI veio na forma de uma ação judicial, acusando o empresário de assédio. O mesmo tom foi adotado em nota nesta segunda-feira, 25 de agosto. “Este último processo é consistente com o padrão contínuo de assédio do Sr. Musk”, afirmou, em nota, a companhia.

Por falar em assédio, em fevereiro deste ano, num outro exemplo recente da relação nada amigável entre o bilionário e a dona do ChatGPT, Musk fez uma oferta “não solicitada” de US$ 97,4 bilhões para comprar a OpenAI.

A proposta foi formalizada por Marc Toberoff, seu advogado. E foi recusada, ironicamente, por Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, que recorreu ao X (antigo Twitter), também de propriedade de Musk, para responder à oferta.

“Não, obrigado, mas podemos comprar o Twitter por US$ 9,74 bilhões, se quiser”, disse ele. O valor destacado por Altman seria menos de um quarto dos US$ 44 bilhões pagos por Musk pela rede social em 2022.