Donald Trump declarou guerra contra o novo coronavírus. O presidente dos Estados Unidos se inspirou no Projeto Manhattan, programa de pesquisa que desenvolveu a bomba atômica na Segunda Guerra Mundial, para reduzir o tempo de produção da vacina contra a Covid-19. A meta é ter 100 milhões de doses até o final do ano.
Para atingir esse audacioso objetivo, Trump reuniu gigantes farmacêuticas, agências estatais e a inteligência militar na Operação "Warp Speed". O nome exato dos envolvidos não foi divulgado, uma vez que o programa corre em segredo. O plano foi revelado com exclusividade pela Bloomberg.
De acordo com o conselheiro da Casa Branca em assuntos relacionados à saúde, Dr. Anthony Fauci, o processo de desenvolvimento de uma vacina, no melhor cenário, requer pelo menos 12 meses. O grupo formado por Trump tem de encurtar em oito meses esse período.
Com recursos do governo, a operação deve acelerar o teste das vacinas mais promissoras do mundo em animais e, em seguida, iniciar a triagem clínica coordenada em humanos para filtrar as melhores injeções.
As eleitas serão encaminhadas a testes mais abrangentes enquanto, paralelamente, se estrutura sua produção em massa.
Uma fonte não identificada confidenciou à Bloomberg que esse projeto custará bilhões de dólares. O risco financeiro, porém, recai sobre o contribuinte, uma vez que as etapas mais desafiadoras são custeadas pelo Estado, aliviando os cofres das farmacêuticas.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) há pelo menos 70 vacinas diferentes sendo desenvolvidas para combater o novo coronavírus, mas as fabricantes não coordenaram esforços como da maneira proposta pela Operação Warp Speed.
Uma das principais características do projeto é alinhar o protocolo-mestre de testes da vacina. Em vez de esperar os resultados dos estudos clínicos independentes, organizados por cada produtora ou farmacêutica, o governo estrutura um único grande estudo com várias vacinas simultâneas. As mais promissoras seguem adiante, com as demais etapas.
O trabalho, pelo menos, pode se mostrar eficiente. Uma vacina seria a melhor forma de combater a pandemia, já que ele previne indivíduos de se contagiar e disseminar a doença.
A confecção da fórmula certa, contudo, é uma baita desafio por diferentes motivos. Para se ter ideia, a vacina contra o vírus da Ebola foi submetida a testes clínico em 2014. Mas as autoridades americanas aprovaram a droga apenas em dezembro de 2019 – um período de cinco anos, que foi considerado rápido.
O cenário se agrava mais porque há muitas perguntas ainda sem respostas sobre esse vírus e essa pandemia. Quantas pessoas ficam imune após expostas ao vírus? Quão robusto seria essa patogênese? Essas são algumas das questões abertas que prejudicam o processo.
Para além desse "novo" Projeto Manhattan, o governo americano tem tomado também medidas bastante conservadoras, como injetar generosos investimentos em empresas que têm demonstrado ter condições de lutar nessa guerra.
Via Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado (BARDA, na sigla em inglês), a Casa Branca aportou US$ 421 milhões na Johnson & Johnson, que prometeu um bilhão de vacinas no ano que vem. Já a pequena Biotech Modena recebeu US$ 483 milhões para aumentar sua escala de produção de sua vacina que ainda segue em fase de teste.
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