Na corrida pelo varejo online, o Walmart quer levar a disputa contra a Amazon para a última milha. O trecho final de uma entrega é crítico porque influencia na satisfação do cliente, no tempo de entrega e no custo total do serviço.
Para fazer frente ao Amazon Prime e seus 126 milhões de clientes americanos, o Walmart acaba de anunciar a aquisição da startup JoyRun, especializada justamente nesta etapa final da entrega.
A plataforma opera sob um modelo de negócio diferente, em que os entregadores escolhem quais viagens aceitam fazer e podem optar por cobrar ou não pelo serviço prestado. Caso opte por cobrar uma entrega cuja taxa é superior a US$ 5, a plataforma fica com uma pequena porcentagem desse montante.
Qualquer usuário pode se cadastrar e trabalhar como entregador. De acordo com a JoyRun, são 30 mil entregadores e aproximadamente 540 empresas que oferecem seus produtos na plataforma.
Fundada em 2014 pela engenheira eletrônica e cientista computacional Shama Pagarkar e pelo também cientista computacional Manish Rathi, a startup levantou US$ 9,8 milhões em investimento junto a fundos como o Tuesday Capital, Norwest Venture Partners e Floodgate.
No aplicativo, as funcionalidades são bastante similares a de outros aplicativos de entrega. Ao fazer seu login, o usuário pode acessar as opções de compra que tem por perto e efetuar o pedido.
Em entrevista ao site Business Insider, o vice-presidente global de tecnologia do Walmart, Srini Venkatesan, destacou que a compra da plataforma deve reforçar a estratégia logística da gigante varejista. De acordo com o executivo, o aplicativo é mais ativo em comunidades conhecidas por serem colaborativas, como de militares e estudantes universitários.
A equipe da JoyRun será incorporada ao time de Venkatesan, mas o executivo ainda não revelou como exatamente essa nova tecnologia vai ser explorada pelo Walmart.
A expectativa é que a JoyRun sirva de apoio ao sistema do Walmart+, equivalente ao Amazon Prime. O Walmart+ estreou em 15 de setembro nos Estados Unidos e custa US$ 12,95 ao mês ou US$ 98 por ano – mesmos valores da concorrente.
Segundo o executivo, a chegada da startup startup não deve alterar a estratégia da companhia para as entregas deste ano, embora o aval dos órgãos reguladores seja esperado para daqui algumas semanas.
Com mais de 4,7 mil lojas localizadas a cerca de 15 milhas de 90% da população americana, o executivo afirma que o Walmart já funciona como uma espécie de hub "informal" para comunidades e que a chegada da JoyRun apenas sedimenta a vantagem da empresa contra a Amazon, que não tem a mesma presença física.
No começo deste ano, o Walmart já havia divulgado parcerias com algumas empresas de entregas por drone e com a Cruise, uma startup especializada em desenvolver carros autônomos.
Para melhor coordenar tantas possibilidades logísticas, a gigante desenvolveu o que Venkatesan chama de "fluxo inteligente", em que a inteligência artificial é usada pela equipe do Walmart para que possam rapidamente calcular e entender onde um produto precisa ser alocado ao longo de sua jornada de entrega.
Na bolsa, a novidade parece não ter provocado grandes reações, com os papéis da companhia recuando apenas 0,15%. O valor de mercado do Walmart é de US$ 429 bilhões, enquanto a Amazon vale US$ 1,6 trilhão.
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