A ação da Panvel, rede de farmácias da região Sul que faz parte do grupo Dimed, acumula queda de 36% no valor de sua ação e se tornou uma verdadeira “barganha”.
É o que acreditam os analistas do Itaú BBA, que revisaram para baixo o preço-alvo da companhia, mas, ainda assim, veem um potencial de valorização de 48% no papel.
Antes, o Itaú BBA calculava que a ação da Panvel poderia chegar a R$ 27 no fim de 2022. Agora, estimam potencial de atingir o valor de R$ 20, mas ainda bem acima do preço atual - na quarta-feira, 27 de outubro, a companhia fechou o pregão cotada a R$ 13,45.
"Essa revisão aconteceu principalmente devido à incorporação de um custo de capital mais elevado, de 12,4%, no nosso modelo, que reflete um ambiente macroeconômico de maiores incertezas", escreveram os analistas Thiago Macruz, Helena Villares, Maria Clara Infantozzi e Felipe Amancio, em relatório.
Eles observam, no entanto, que a ação está sendo negociada a um múltiplo de 17 vezes o preço sobre o lucro para 2022, com um desconto de 40% em relação a pares do setor, como Pague Menos e Raia Drogasil. “De fato, uma barganha”, escrevem.
Os analistas ressaltaram que, em evento com investidores realizado na terça-feira, 26 de outubro, a Panvel divulgou o plano de superar a marca de 800 lojas no País até 2025. Atualmente, conta 494. O objetivo é alcançar R$ 6 bilhões em vendas, com margem Ebitda de 7%, daqui a quatro anos.
"Entre os destaques da tese de investimentos em Panvel, chamamos a atenção para o plano de expansão bem-sucedido da companhia, assim como o ganho de produtividade nas lojas conquistado por meio da participação relevante de produtos da marca própria e de genéricos no mix de vendas", afirmam os analistas.
Eles dizem também que veem "com bons olhos" os investimentos da empresa em CRM, ferramenta usada para gerar ofertas personalizadas e aprimorar a experiência do cliente. "Quando analisamos o canal digital da Panvel, as vendas vêm acelerando e já representam 16% do total, o que é considerado uma referência para o setor", escrevem.
A Panvel, destacam, tem expandido as receitas no segmento de varejo a uma taxa anual de 12% na última década, com a liderança de mercado na região Sul, onde tem 11,8% de participação.
No segundo trimestre, resultado mais recente divulgado pela companhia, o lucro líquido da rede atingiu R$ 24,2 milhões, alta de 242,1% em relação a igual período do ano passado.
A estimativa do Itaú BBA é que a companhia termine o ano com lucro líquido de R$ 99 milhões, ante R$ 64 milhões no ano passado. Os resultados, na visão do banco, devem seguir crescendo nos anos seguintes, para R$ 111 milhões em 2022 e R$ 144 milhões em 2023. A Panvel é avaliada em R$ 1,98 bilhão.