O ano de 2021 marcou uma mudança importante para o mercado de bebidas esportivas nos Estados Unidos. Após ocupar a segunda posição por anos, a Powerade, da Coca-Cola, foi ultrapassada pela ascendente BodyArmor, fundada em 2011.
Segundo estimativas do Goldman Sachs, a Powerade agora tem uma fatia de 13% do mercado, enquanto a BodyArmor atingiu 18%. A Gatorade, que pertence à Pepsico, segue intocável na liderança, com uma folgada participação de 64%.
Não demorou, porém, para que a Coca-Cola voltasse para o o segundo lugar. Mas para isso teve de pagar caro. Bem caro. Nesta segunda-feira, 1º de novembro, a companhia anunciou a compra do controle da BodyArmor, por US$ 5,6 bilhões, na maior aquisição de uma marca já feita pela empresa.
Até então, a Coca-Cola era dona de 15% do negócio. Agora, comprou os 85% que faltavam. O jogador de bastaque Kobe Bryant, que morreu em 2020 em um acidente de helicóptero, era o terceiro maior acionista da BodyArmor, após um aporte de US$ 6 milhões feito em 2013. Segundo o The Wall Street Journal, os herdeiros do atleta vão receber US$ 400 milhões.
O negócio da BodyArmor foi avaliado em US$ 8 bilhões. Quando comprou 15% de participação, em 2015, a Coca-Cola pagou US$ 300 milhões. À época, a BodyArmor valia US$ 2 bilhões.
Com as duas marcas, a Coca-Cola terá algo em torno de 30% do mercado de bebidas esportivas. Segundo a companhia, a BodyArmor deve ter receita de mais de US$ 1,4 bilhão em 2021, expansão de 50% em relação ao ano passado.
Como parte do acordo, o cofundador da BodyArmor, Mike Repole, vai ajudar a Coca-Cola em seu portfólio de bebidas sem gás. Repole também fundou as marcas Vitaminwater, Smartwater e Energy, todas agora pertencentes à Coca-Cola.
“Estamos entusiasmados em trazer a Bodyarmor para a The Coca-Cola Company e trabalhar com Mike Repole e sua equipe de liderança no próximo estágio de crescimento", disse Alfredo Rivera, presidente da unidade operacional da América do Norte da Coca-Cola, em comunicado à imprensa.
Maior da história da Coca-Cola, a compra da Bodyarmor superou os US$ 5,1 bilhões pagos em 2018 pela Costa Coffee, uma incursão no negócio de cafeterias, em mais um esforço do CEO da Cola-Cola em fazer da empresa um negócio "total de bebidas".
A Coca-Cola é avaliada em US$ 242,7 bilhões. Por volta das 16h46, a ação da companhia operava em queda de 0,27%, a US$ 56,22, na Bolsa de Nova York.