No início de dezembro de 2021, o Nubank fez sua tão esperada abertura de capital na Bolsa de Nova Yok. E a fintech brasileira não decepcionou em sua estreia. Com a ação fixada em US$ 9, a empresa foi avaliada em US$ 41,5 bilhões, tornando-se a instituição financeira mais valiosa da América Latina.
Depois de alcançar esse marco, a companhia vive agora o desafio de confirmar as expectativas depositadas pelo mercado em sua operação. E no que depender da visão do Goldman Sachs, a empresa tem boas perspectivas para sustentar essa posição e chegar muito mais longe.
Embora ressalte o valuation elevado do ativo, o banco americano está iniciando a cobertura do Nubank com a recomendação de compra e um preço-alvo da ação da fintech de US$ 15 em doze meses, com um valor de mercado de US$ 74 bilhões. A cotação representa um salto de 59,9% sobre o preço do fechamento do último pregão de 2021.
“Acreditamos que o Nubank está bem posicionado para penetrar no sistema bancário altamente lucrativo da América Latina. Com 35 milhões de clientes ativos gerando receita em uma base mensal, a empresa já apresenta altos níveis de monetização”, afirmam, em relatório, os analistas Michael Ng, Tiago Binsfeld, Katherine Campagna e Tito Labarta.
Eles ressaltam que, à medida que amplia sua carteira com produtos como cartões de crédito e crédito pessoal, o Nubank tem boas perspectivas para ampliar significativamente sua lucratividade a partir de 2023, com a projeção de alcançar um retorno sobre o patrimônio de 39% em 2025.
Entre outras estimativas, os analistas preveem que o Nubank alcance 108 milhões clientes até 2025, dos quais, 81 milhões serão ativos. Com essa base e a adição de produtos ao seu portfólio, como seguros, investimentos e crédito para PMEs, a empresa irá gerar uma receita bruta total de US$ 12,5 bilhões.
O banco também projeta que, ao fim desse período, a fintech irá reportar um lucro líquido de US$ 3,4 bilhões. Sob o impulso de fatores como o aumento da receita média por usuário, boa parte desse montante virá da operação brasileira, enquanto US$ 600 milhões devem vir do México. Na Colômbia, a previsão é de que a operação alcance o equilíbrio nesse intervalo.
“Embora ainda esperemos um pequeno prejuízo de US$ 19 milhões em 2021, seguido por um pequeno lucro de US$ 5 milhões em 2022, os ganhos podem chegar a US$ 431 milhões, em 2023, e US$ 1,6 bilhão, em 2024”, afirmam os analistas.
Apesar de apontarem o crescimento de alguns riscos macroeconômicos, especialmente no Brasil, com fatores como a inflação, a alta da taxa de juros e o cenário fiscal desafiador, os analistas ressaltam que questões como a participação de mercado ainda relativamente baixa, a plataforma baseada em nuvem e os níveis de inadimplência abaixo do setor irão sustentar um avanço consistente do Nubank.
Além da consolidação de um portfólio mais amplo, o quarteto do Goldman Sachs destaca questões como a entrega de uma experiência superior, a um custo menor, por parte do Nubank, na comparação com as instituições financeiras tradicionais na América Latina.
“Essa experiência superior impulsionou um forte engajamento dos clientes com cerca de 74% dos 48 milhões de clientes da base do Nubank gerando receita na plataforma no último trimestre”, escreveram os analistas.
O Nubank fechou 2021 com uma valorização de 4,2% em suas ações. Nesta segunda-feira, os papéis da fintech estavam sendo negociados a US$ 9,84 na Bolsa de Nova York, por volta das 10h15 (horário local), alta de 4,85%.