No Vale do Silício, quando a Sequoia Capital faz um investimento, todo mundo fica atento. O motivo é simples. Ao longo de várias décadas, a gestora construiu uma reputação de investimentos certeiros. O Google, a Apple e o WhatsApp estão aí para contar a história.
Por esse motivo, quando uma dos mais influentes gestora do Vale do Silício resolver investir entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões em criptomoedas negociadas em diferentes exchanges, muita gente se pergunta: o que eles estão vendo que eu não estou?
A intenção foi revelada num anúncio feito nesta quinta-feira, 17 de fevereiro. O fundo dedicado vai permitir que a Sequoia possa investir de forma mais ativa no mercado de tokens digitais.
“A área em cripto onde temos mais oportunidades de melhoria é realmente no material líquido”, disse Shaun Maguire, sócio da Sequoia Capital, em entrevista ao jornal econômico britânico Financial Times.
No ano passado, um quinto dos investimentos da Sequoia feitos nos Estados Unidos e na Europa foram destinados para empresas que atuam no setor de criptomoedas.
Em julho anterior, a gestora liderou um aporte de US$ 310 milhões na Fireblocks, startup com sede em Nova York e que atua com serviços de proteção para o blockchain – a infraestrutura digital que permite o tráfego de criptomoedas.
De acordo com Maguire, a criação do fundo vem para resolver a dificuldade que a Sequoia Capital tinha para poder investir em criptomoedas atuando com o modelo tradicional de capital de risco, em que investe majoritariamente em empresas e menos em ativos financeiros.
Algumas exceções foram as compras de tokens das startups DeSo, uma startup de mídia social, e Filecoin, de armazenamento de dados. Neste caso, os tokens são criados pelas próprias startups e vendidos para que as empresas financiem seus projetos.
Mais recentemente, no início de fevereiro, a Sequoia liderou um investimento de US$ 450 milhões na empresa indiana Polygon, desenvolvedora do token MATIC, que opera dentro da rede Ethereum. O aporte foi feito usando o dinheiro para a compra dos tokens que podem ser negociados em exchanges.
A Sequoia não é a única de olho neste mercado. Em dezembro do ano passado, a Coatue e a Tiger Global estavam entre os investidores que compraram US$ 100 milhões em tokens digitais na plataforma Braintrust, que serve para ajudar profissionais e empresas a se conectarem.
O novo fundo da Sequoia fará companhia a iniciativas tomadas por outras gestoras de capital. No ano passado, a empresa de capital de risco Andreessen Horowitz arrecadou US$ 2,2 bilhões para o Crypto III, tido como o maior fundo para investir em criptomoedas. O fundo anterior, Crypto II, levantou US$ 515 milhões para efeito de comparação