O Pátria Investimentos, enfim, colocou no ar o seu SPAC (special purpose acquisition company), anunciado no ano passado. A gestora acaba de captar US$ 230 milhões para o Patria Latin American Opportunity Acquisition Corp., que começou a ser negociado nesta quarta-feira, 10 de março, na Nasdaq.
No ano passado, o Pátria tentou captar US$ 250 milhões em um SPAC no primeiro trimestre, auge da febre dos SPACs no mercado americano. A mudança de cenário fez a gestora recuar.
Agora, a companhia foi de novo ao mercado e buscava US$ 200 milhões. A alta demanda fez com que o valor fosse ultrapassado. Mais de 100 investidores participaram da oferta – a maioria deles internacionais.
“Vamos buscar um ativo em setores como saúde, alimentos, agronegócio, distribuição e serviços financeiros. São áreas que temos experiência”, afirma José Augusto Teixeira, CEO do SPAC e sócio do Pátria, ao NeoFeed.
Ele, no entanto, assegura que as empresas do portfólio de private equity do Pátria não serão analisadas para evitar conflitos de interesse. Embora o mandato não faça menção de geografia, o ativo que a gestora busca será da América Latina. O Pátria tem dois anos para achar a empresa e levá-la para a Nasdaq.
Teixeira explica que o Pátria optou por um SPAC como um veículo para comprar participação em uma empresa de alto crescimento, mas na qual ele vai ser minoritário.
Com isso, a gestora fecha um gap em seu portfólio de investimentos. Com o acordo com a Kamaroopin, de Pedro de Andrade Faria, o Pátria pôs um pé no mercado de venture capital e em empresas tecnológicas de alto crescimento.
Nos fundos de private equity, a estratégia é sempre ter o controle. E os fundos Pipe investem em empresas listadas.
De acordo com Teixeira, esse pode ser o primeiro de outros SPACs que o Pátria venha a lançar no futuro, se tornando uma classe de ativos na qual a gestora tem participação.