Em meio às preocupações dos investidores a respeito da saúde dos bancos nos Estados Unidos, depois do colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, os mercados ganharam um respiro na terça-feira, 21 de março, diante da perspectiva de que o governo americano pode intensificar a ajuda ao setor.
O bom humor apareceu na abertura das bolsas de valores com o provável discurso que a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, preparou para fazer hoje em evento da Associação dos Banqueiros Americanos, em Washington.
Segundo trechos obtidos antecipadamente por jornais como The Wall Street Journal e Financial Times, Yellen deve mostrar que o governo pode expandir as medidas de proteção de depósitos a outros bancos, caso entenda que o sistema está em risco, parecidas com as anunciadas na semana passada, para garantir os depósitos de clientes do SVB e do Signature Bank, visando evitar uma corrida bancária.
“Nossa intervenção (na semana passada) foi necessária para proteger o sistema bancário dos Estados Unidos como um todo”, diz trecho do discurso. “E medidas similares podem ser necessárias se instituições menores sofrerem com corridas bancárias que possam representar um risco de contágio.”
Yellen diz que as medidas “não estão focadas em ajudar bancos específicos ou classes de bancos”. E também defenderá as medidas “decisivas” e “enérgicas” tomadas pelos reguladores para evitar uma crise bancária nos Estados Unidos.
A sinalização trouxe alívio para as bolsas. Nos Estados Unidos, por volta das 11h30, o índice Dow Jones subia 0,69%, aos 32.467,02 pontos, o S&P 500 avançava 0,71%, aos 3.979,65 pontos, e o Nasdaq tinha alta de 0,64%, aos 11.752,67 pontos.
As ações do First Republic, um dos bancos mais afetados pela desconfiança com o sistema bancário americano, registram forte alta. Depois de caírem mais de 47% na sessão anterior, elas avançam 32,27%, a US$ 16,11.
Além da fala de Yellen, os papéis reagem a notícias de que o J.P. Morgan está analisando medidas para fortalecer o posicionamento do banco regional. O The Wall Street Journal reportou na segunda-feira, dia 20 de março, de que o gigante americano está trabalhando para levar capital adicional ao First Republic.
Segundo a reportagem, o CEO do J.P. Morgan, Jamie Dimon, está liderando um esforço com outras instituições para fortalecer o First Republic, depois de, na semana passada, liderar uma injeção de US$ 30 bilhões.
Apesar dos problemas que apareceram nas últimas semanas, Yellen deve afirmar que o governo dos Estados Unidos não está preocupado com a situação do sistema bancário. “A situação está se estabilizando e o sistema bancário dos Estados Unidos permanece robusto”, diz trecho do discurso.