Nos últimos meses, executivos da Tiger Global e de diferentes bancos têm se reunido para discutir o futuro de alguns dos ativos da gestora fundada por Chase Coleman. A intenção é repassar aos bancos a participação em alguns fundos de capital de risco menores nos quais a Tiger investiu nos últimos anos.
Especificamente, conforme reportado pelo The Information, esses são investimentos em empresas especializadas no mercado secundário de ações privadas de tecnologia e fundos de risco. Não se sabe exatamente quais participações estão sendo colocadas na mesa de negociação.
A Tiger começou a investir em pequenos fundos de capital de risco no início do ano passado em uma tentativa de diversificar o portfólio. Isso ocorreu em um momento em que a própria gestora e outros grandes investidores de venture capital interromperam a enxurrada de dinheiro para startups já mais capitalizadas.
Nesta estratégia, a Tiger apoia gestoras que investem principalmente em negócios early stage – e os quais ainda estavam distantes de uma eventual abertura de capital. A expectativa era de que quando esses negócios se tornassem públicos, o mercado já estaria em um momento mais positivo.
A intenção era investir cerca de US$ 300 milhões anualmente nesta frente. No entanto, o valor foi reajustado após posteriormente, conforme a gestora observou que os efeitos negativos no mercado de venture capital também estavam impactando na operação de startups de estágio inicial.
No ano passado, a Tiger investiu pelo menos US$ 80 milhões em fundos de gestoras como Better Tomorrow Ventures, Chapter One Ventures e Moxxie Ventures. Para efeito de comparação, a gestora investiu diretamente US$ 24 bilhões em startups desde 2020.
Ainda que este não seja um movimento incomum, o plano de se desfazer de alguns ativos vem em um momento de dificuldade na arrecadação de fundos para capital de risco. Para piorar: como o mercado está em queda, a tendência é de que seja oferecido um desconto para que os ativos interessem a terceiros.
A Tiger terminou o ano passado com resultados abaixo do esperado em seu portfólio – o que desanima os LPs a alocar mais dinheiro para novos fundos. Em novembro de 2022, a gestora registrava desvalorização de 8% nos investimentos feitos por um fundo lançado em 2021 e no valor de US$ 12,7 bilhões.
Neste ano, a estratégia está diferente. Depois de mais de 300 investimentos realizados em 2022, foram apenas 12 aportes feitos neste ano, conforme dados da plataforma Pitchbook. Outro sinal de cautela da gestora foi a redução de seu novo fundo de US$ 6 bilhões para US$ 5 bilhões.