Em 3 de março deste ano, a Arezzo&Co anunciou a compra da Paris Texas, marca italiana de calçados femininos. Com o acordo, fechado por € 25 milhões, a holding brasileira adicionou a primeira peça internacional à sua coleção de aquisições.
Dois meses depois, o grupo de moda está dando um novo passo, dessa vez orgânico, para reforçar sua pegada no exterior. Em particular, no mercado americano. No próximo dia 10 de maio, a Arezzo vai abrir uma loja da marca Schutz na Broadway, mais especificamente no bairro do Soho, em Nova York.
“É um ponto bastante relevante, com alto fluxo de pedestres”, diz Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co, ao NeoFeed. “Um dos nossos planos é usar essa loja também para promover as vendas da marca no digital.”
Nessa direção, o empresário destaca o fato de que a marca conseguiu bons termos na negociação para se instalar no ponto, o que inclui, entre outras questões, o benefício de não pagar pelo aluguel do imóvel durante todo o ano de 2023.
“A loja tem uma área de estoque grande”, ressalta o empresário. “E, a partir dela, vamos entregar toda a venda feita pelo e-commerce da marca na cidade de Nova York”.
Essa será a quarta loja da Schutz nos Estados Unidos. As outras três unidades estão localizadas em Nova York, na Madison Avenue, em Miami, no Shopping Aventura, e em Los Angeles, na Beverly Drive. No mercado americano, a base de unidades próprias do grupo inclui ainda duas lojas da marca Alexandre Birman, em Nova York e Miami.
Outra via de crescimento no país, a maior prioridade do grupo fora do Brasil, é a presença em lojas de departamentos, que respondem por cerca de 50% das vendas no mercado americano. Birman observa, porém, que essas vendas tiveram um impacto pontual no primeiro trimestre.
“Essas lojas de departamento passaram por um processo de ajuste em seus estoques, o que refletiu numa diminuição momentânea nesse primeiro trimestre”, afirma. “Ao mesmo tempo, essa nossa migração para vendas diretas aos consumidores é um caminho importante que estamos seguindo.”
Entre janeiro e março deste ano, as operações internacionais registraram um faturamento de R$ 117 milhões, um desempenho 6,1% inferior ao registrado em igual período, um ano antes. Essa frente respondeu por 9,1% do faturamento total da companhia.
No trimestre, a receita bruta total da Arezzo&Co cresceu 23,4%, para R$ 1,28 bilhão. Já a receita líquida da operação foi de R$ 1,02 bilhão, um salto de 22,1%. Nesse intervalo, o lucro líquido ajustado avançou 27%, para R$ 73 milhões.
O Ebitda Ajustado, por sua vez, somou R$ 164,3 milhões, uma evolução na comparação anual de 23,4%. A Margem Ebitda Ajustada ficou em 16%, próxima do patamar de 15,9% registrado entre janeiro e março de 2022.
Um dos pontos destacados pela companhia foram os canais digitais, que chegaram a uma participação de 24% do faturamento total, alcançando uma receita em sell out na casa de R$ 318,2 milhões no período. Levando-se em conta os últimos doze meses, o volume foi de R$ 2,5 bilhões.
A Arezzo&Co encerrou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 277 milhões e uma alavancagem – medida pela relação dívida líquida/Ebitda, de 0,4 vez.
As ações da empresa fecharam o pregão de hoje na B3 em queda de 3,69%, cotadas a R$ 63,93. No ano, os papéis acumulam uma desvalorização de 18,3%. A companhia está avaliada em R$ 7,03 bilhões.
Na noite desta terça-feira, 2 de maio, a Arezzo&Co também anunciou que seu conselho de administração aprovou um programa de recompra de ações com vigência a partir de 14 de junho e que estará limitado a 6,2 milhões de ações.