Após consolidar seu nome como referência em incorporação para o público de média e alta renda no Nordeste, a Moura Dubeux quer ganhar espaço agora no mercado de empreendimentos voltados para a classe média da região.
Por meio de uma nova marca, chamada Mood, a companhia está de olho em famílias com renda média mensal de até R$ 15 mil. E a ideia é avançar nessa frente no segundo semestre, com o objetivo de que a linha feche 2023 com uma participação de 10% nos lançamentos da companhia.
“A Mood tem mercado, hoje, para mais de 100 mil famílias no Nordeste, com um VGV endereçável de R$ 40 bilhões”, diz Diego Villar, CEO da Moura Dubeux, ao NeoFeed. “Depois do Minha Casa, Minha Vida, esse é o mercado que mais tem consumidores com interesse de compra de imóvel e é uma avenida bastante razoável de crescimento para o nosso negócio.”
Lançada em junho de 2023, a Mood é voltada ao público cuja renda mensal está acima da última faixa do Minha Casa, Minha Vida, que varia de R$ 4,4 mil a R$ 8 mil, mas insuficiente para conseguir adquirir um imóvel nos valores praticados pela marca Moura Dubeux.
Segundo Villar, em vez de tentar encaixar esse perfil dentro dos produtos da marca-mãe, cujo valor médio do metro quadrado está em torno de R$ 9 mil, tendo que oferecer descontos e prejudicando as margens, a companhia decidiu criar uma marca do zero, praticando um valor por metro quadrado de R$ 6,5 mil a R$ 7,7 mil.
“Nossa ideia com a Mood é fazer o que a Zara fez no mercado de vestuário, entregando em escala um nível de sofisticação com preço acessível”, afirma o CEO da Moura Dubeux.
O primeiro empreendimento sob a marca Mood foi lançado no fim de julho, em Natal. O chamado Mood Parque das Dunas foi planejado para ter 158 apartamentos de dois a três quartos, sendo oito por andar, em um terreno de 4 mil metros quadrados, com um VGV de R$ 70 milhões.
O plano é fazer mais um lançamento em 2023, em Recife. A ideia é que seja um empreendimento com duas torres de 20 pavimentos, com oito unidades por andar. Serão unidades de 2 e 3 quartos com VGV de R$ 105 milhões.
A Moura Dubeux já conta com um landbank de R$ 2 bilhões para lançamentos de empreendimentos com a marca. “Se a Mood vier com projetos em cada uma das capitais que a gente atua [Recife, Fortaleza, Salvador, Natal, Maceió, João Pessoa e Aracajú], estamos falando de um potencial de lançamentos por ano em torno de R$ 1 bilhão”, diz Villar.
Ele destaca que isso representaria um incremento acima de 30% em relação aos números de lançamentos registrados no ano passado, que alcançaram R$ 1,9 bilhão, isso se tudo ocorrer dentro do previsto. Em termos de rentabilidade, Villar diz que a Mood apresenta uma margem bruta em torno de 33% e margem líquida de 17%.
O otimismo demonstrado pela Moura Dubeux com a Mood vem num momento em que começa a enxergar o mercado melhorando, graças à desaceleração da inflação e início dos cortes na taxa básica de juros, a Selic.
A companhia destaca que fechou o segundo trimestre com o terceiro melhor desempenho comercial de sua história, com vendas líquidas de R$ 350 milhões, alta de 13,7% em base anual. Ela lançou cinco projetos, enquanto no primeiro trimestre foram apenas dois. O VGV líquido de lançamentos somou R$ 594 milhões, alta de 6% na comparação com o segundo trimestre de 2022.
O lucro líquido somou R$ 45,3 milhões, alta de 45,6% em relação ao mesmo trimestre de 2022, maior patamar da história da companhia. A receita líquida avançou 49,6%, para R$ 313,3 milhões, enquanto o Ebitda ajustado subiu 85,1%, a R$ 61,2 milhões.
A Moura Dubeux fechou o segundo trimestre com um caixa líquido de R$ 73 milhões, enquanto nos primeiros três meses ela registrou R$ 117,4 milhões. Ela terminou o período com uma relação de dívida líquida sobre patrimônio líquido negativa em 5,8%, ante 9,7% nos primeiros três meses do ano.
As ações da Moura Dubeux fecharam o pregão de quinta-feira, 10 de agosto, com queda de 0,17%, a R$ 11,47. No ano, elas acumulam alta de 97,4%, levando o valor de mercado a R$ 954,2 milhões.