Na semana passada, a XP iniciou a cobertura da Smart Fit com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 28 para a ação. Entre outros pontos, os analistas ressaltaram que o mercado fitness tem muito espaço para crescer na América Latina e que o grupo tem tudo para liderar a consolidação do setor.
Agora, quem está fortalecendo essa visão positiva sobre a rede brasileira de academias é o Santander. Em relatório publicado nesta segunda-feira, 21 de agosto, seus analistas elevaram o preço-alvo do papel, de R$ 20 para R$ 30, e atualizaram algumas projeções para a operação.
Segundo o banco, além de incorporar as últimas estimativas macroeconômicas da sua equipe, a revisão dos indicadores encontra justificativa nos resultados reportados pela empresa no segundo trimestre de 2023.
“Nossas novas estimativas incluem um aumento médio de 2,3% nas receitas de 2023 a 2025, impulsionadas, principalmente, pelo maior crescimento na divisão ‘Outras regiões da América Latina’”, escrevem Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.
Ao manter a recomendação de outperform para a companhia, o trio também estima agora um crescimento, em média, de 312 pontos-base da margem bruta com o potencial de alcançar 51% nesse intervalo.
Na esteira do avanço esperado em receita e margem, o Santander prevê uma aceleração no crescimento do Ebitda e projeta que a Smart Fit encerre 2023 com um lucro líquido na casa de R$ 474 milhões.
A avaliação favorável não está fundamentada apenas nos números do trimestre. O banco parte de preocupações do mercado quanto a uma possível saturação do setor, aliada ao aumento da concorrência, em particular, das redes de baixo custo, para realçar a boa forma da Smart Fit.
“Acreditamos fortemente que a Smart Fit ainda tem um vasto horizonte de expansão no Brasil e sua estratégia de oferecer alto valor a preços baixos pode seguir alimentando o crescimento do mercado”, observam os analistas.
Nessa direção, o relatório destaca que, entre 2014 e 2019, a base de novos clientes da Smart Fit representou 52% do volume total de usuários de academias adicionados no período. Nesse intervalo, a participação de mercado do grupo saiu de 5% para aproximadamente 16%.
Em outro ponto, os analistas frisam que a escala da Smart Fit é uma de suas vantagens competitivas “mais significativas”, pois permite que a rede faça grandes investimentos em expansão e marketing que seus concorrentes mais recentes não conseguem replicar.
Eles acrescentam que o nível mais baixo de serviço ofertado por concorrentes, em rápido crescimento e possivelmente desorganizados, pode levar a uma rotatividade maior na comparação com a Smart Fit. E que, eventualmente, a rede pode capturar usuários desses rivais.
“O mesmo raciocínio sobre as vantagens de escala da Smart Fit pode ser aplicado aos mercados restantes da rede na América Latina, onde seu domínio pode ser sentido de forma semelhante ao Brasil”, ressalta outro trecho do relatório.
Um exemplo é o México, onde a Smart Fit tem 276 academias, enquanto a Anytime Fitness e a Sports World, respectivamente, a segunda e a terceira colocadas, contam com 80 e 52 unidades. Além dessa distância, o banco pontua que a quantidade de redes com mais de 10 unidades no país é muito limitada.
“Isso reforça nossa visão de que a Smart Fit não está pronta apenas para expandir a penetração do mercado, mas está também estrategicamente posicionada para ganhar uma fatia significativa de academias menores nos próximos anos”, observam os analistas.
Os papéis da Smart Fit estavam sendo negociados com alta de 1,12% por volta do meio-dia na B3, cotados a R$ 21,74. A empresa está avaliada em R$ 12,7 bilhões e suas ações acumulam uma valorização de 60,3% no ano.