Quando anunciou a Zmes, a sua nova agência de marketing digital, Marcelo Tripoli explicou ao mercado que o objetivo era usar ferramentas digitais com recursos de inteligência artificial para atender os clientes.
Mas, em vez de buscar essas ferramentas no mercado, a Zmes está desenvolvendo em casa esses algoritmos. Batizada do “Voodoo”, a plataforma da agência digital acaba de ganhar o seu primeiro cliente. É a Yduqs, grupo educacional avaliado em R$ 10 bilhões na B3, dono de marcas como Estácio, Ibmec e Damásio, entre outras.
Com o contrato, a Zmes será responsável pela estratégia e execução de todo o marketing digital das principais marcas do grupo, com exceção da Estácio. “O setor de educação é um dos que mais se beneficiam do marketing de performance”, disse Tripoli ao NeoFeed. “O Enem acontece em janeiro, quando vamos começar a operar”. Procurada, a Yduqs não quis comentar o acordo.
O trabalho envolve, segundo a Zmes, todo o funil de aquisição de alunos, bem como o processo de otimização da experiência de sua jornada, para que recebam mensagens e ofertas de acordo com seus hábitos, comportamentos e necessidades.
A agência está contratando 14 profissionais que trabalharão dentro na Yduqs. A Zmes cobra um fee pela equipe e outro pelo uso das ferramentas tecnológicas proprietárias. A principal parcela da remuneração, no entanto, é uma variável em cima do aumento de vendas acordado com o cliente. “Prometemos melhorar a operação de mídia em 20%”, afirma Tripoli.
A plataforma Voodoo, que será usada pela Yduqs, ainda está em desenvolvimento. O seu primeiro módulo, que ficará pronto em janeiro, vai permitir uma compra otimizada de mídia, comparando o desempenho em diversas plataformas, como Google, YouTube ou Facebook. Hoje, essas informações estão isoladas e não podem ser comparadas em um único lugar.
Outo módulo vai cuidar da audiência, permitindo integrar dados de diversos canais, criando uma estratégia omnichannel de marketing. Assim, um cliente que compra roupas em uma loja física poderá ser impactado por uma campanha no Instagram, por exemplo.
“Queremos fazer um trabalho criativo, mas que seja baseado em dados”, diz Tripoli, que foi vice-presidente da McKinsey e, antes de atuar na consultoria, foi o fundador da agência iThink, vendida para a SapientNitro, do grupo Publicis.
Na Zmes, Tripoli atraiu investidores de peso, que aportaram R$ 18 milhões na agência por uma fatia de 42,5%. Entre eles estão Miguel Krigsner e Artur Grynbaum, fundadores e sócios do Grupo Boticário; Helio Rotenberg, fundador e CEO da Positivo Tecnologia; e Claudio Loureiro, fundador da Heads Propaganda. Tripoli detém outros 42,5%. O percentual remanescente está dividido entre os diretores da agência.
A chegada da Zmes marca uma tendência que começa a ganhar corpo no setor de marketing. Trata-se de empresas que apostam pesado em tecnologia, chamadas de martechs.
Uma delas é a Winnin, que tem uma plataforma proprietária que usa inteligência artificial e que é capaz de mapear novas tendências emergentes de acordo com múltiplas variáveis, como setor, público-alvo e objetivo de negócios. A startup conseguiu unir investidores improváveis, como a Coca-Cola e a ZX Ventures, braço de venture capital da gigante AB Inbev, dona da Ambev no Brasil.
Outro exemplo é a BPool, um marketplace que liga grandes anunciantes a profissionais e empresas do setor criativo, fundado por Beto Sirotsky e Daniel Prianti. A startup recebeu um aporte de R$ 5 milhões liderado pela Chromo Invest para a expansão pela América Latina e para entrar no segmento de médias e pequenas empresas.
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