Se Microsoft e Google saíram na frente na corrida da inteligência artificial (IA) com as ferramentas ChatGPT e Bard, a Amazon quer recuperar o tempo perdido. Para isso, escalou o seu CEO para trabalhar no projeto. Nas últimas semanas, Andy Jassy tem supervisionado diretamente alguns trabalhos de IA dentro da companhia.
Conforme reportado pelo Business Insider, uma das principais ações de Jassy foi promover o executivo Rohit Prasad, que atuava como vice-presidente sênior e cientista-chefe da Alexa, como seu subordinado direto na 'equipe S', dedicada aos projetos de IA na Amazon.
Em sua nova função, Prasad será o líder de um grupo que está se dedicando à criação de modelos de linguagem “mais ambiciosos”. Ele vai reportar os resultados para Jassy, de acordo com um e-mail interno que foi vazado. Os modelos de linguagem estão por trás de todas as ferramentas de IA, tais como o Bard e o ChatGPT.
A Amazon já tem seus próprios modelos de linguagem, chamados de Alexa Teacher Model e Titan. A ideia é tornar esses protótipos mais amplos para que eles possam ser utilizados em diferentes ferramentas, como chats munidos por IA generativa, por exemplo.
Parte desse esforço está direcionado para o Amazon Web Services (AWS). A frente de computação em nuvem da companhia passou a trabalhar nos últimos meses com ferramentas como Bedrock e Code Whisperer, ambas focadas no uso de inteligência artificial para a criação de conteúdo.
O envolvimento direto de Jassy reforça a importância que as big techs estão dando para a inteligência artificial. Na semana passada, o The Wall Street Journal reportou que um dos fundadores do Google, Sergey Brin, também estava colocando “as mãos na massa” em relação ao trabalho da empresa no desenvolvimento desta tecnologia.
Outro figurão do mercado, Elon Musk também já deu as caras nesta corrida. Semanas atrás, o empresário lançou a xAI, uma nova startup que quer desenvolver inteligência artificial "de uma maneira boa". A ideia é treinar algoritmos para que eles continuem curiosos, mas trabalhem apenas com informações verdadeiras.
Enquanto tenta correr atrás de seus competidores, a Amazon enfrenta críticas de seus investidores em relação aos esforços que estão sendo colocados justamente em apostas fora de seu negócio principal. Alguns acionistas questionam não apenas o tempo dedicado aos novos projetos da companhia, mas também o dinheiro gasto.