A Americanas ganhou mais um respiro para acertar os últimos detalhes do processo de recuperação da companhia com os credores, o que inclui uma capitalização da varejista pelos principais acionistas.
A varejista anunciou na terça-feira, dia 11 de julho, que a 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro deferiu o pedido de prorrogação do prazo em que ficam suspensas suas obrigações como devedora, ações e execuções existentes contra a empresa.
Segundo o fato relevante da empresa, essa suspensão, chamada de stay period, será prolongada por mais 180 dias.
Em 13 de janeiro, o mesmo tribunal concedeu uma tutela cautelar antecipada à Americanas para suspender qualquer possibilidade de bloqueio, sequestro ou penhora de bens da empresa por 30 dias. O pedido foi feito dois dias depois de a empresa revelar ao mercado a identificação de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões, que mais tarde ela própria definiu como fraude.
Seis dias depois, a Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões e mais de 16 mil credores. O pedido foi rapidamente aceito e desde então as execuções estavam suspensas por 180 dias.
A companhia já apresentou um plano de recuperação e existe a expectativa de que, após negociações com os bancos credores, o trio de acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira - injetem um total de R$ 12 bilhões na empresa, sendo R$ 10 bilhões de imediato e mais R$ 2 bilhões, se necessário.
Além disso, há possibilidade de o trio ficar impedido de vender ações da Americanas por um determinado período.
As ações da Americanas fecharam o pregão de hoje com alta de 0,89%, a R$ 1,14. No ano, elas acumulam queda de 88,2%, levando o valor de mercado a R$ 1 bilhão.