Califórnia - Depois de uma fase teste, o Apple Card estreou, nesta terça-feira, 20 de agosto, nos Estados Unidos, tornando mais um tijolo na estratégia da Apple de diversificar suas receitas, reduzir a dependência do iPhone e se tornar, cada vez mais, uma empresa de serviço.
Os serviços já movimentaram, só no primeiro trimestre deste ano, US$ 10,9 bilhões. Comparado aos demais produtos da Apple, ela já arrecada mais.
As vendas do computador Mac totalizaram US$ 7,4 bilhões. As do tablet iPad, US$ 6,7 bilhões. E dispositivos como iWatch, Apple TV e outros acessórios somaram US$ 7,3 bilhões.
A expectativa é que em 2020 a receita proveniente dos serviços seja ainda maior – e a empresa parece estar no caminho certo impulsionando o Apple Card, que pode ser baixado através do app Wallet, disponível em todos os iPhones, sem nenhuma taxa.
O analista da D.A. Davidson & Co, Tom Fortes, acredita que o mercado não está entendendo o potencial do Apple Card. “Em conjunto com serviços relativos a publicidade, automóveis, energia, finanças e vídeo vai diversificar sua dependência excessiva na receita de smartphones”, afirma Fortes ao NeoFeed.
Com bandeira Mastercard e emitido pelo Goldman Sachs, o Apple Card pede apenas algumas informações básicas, como nome completo, data de nascimento e telefone. Em poucos minutos, o ID Apple é associado ao cartão e o usuário já está habilitado para fazer compras com a ferramenta.
A vice-presidente da Apple Pay, Jennifer Bailey, disse, em nota oficial, que "a receptividade ao cartão tem sido ótima, com clientes aprovando a simplicidade da ferramenta e a visão geral de seus gastos".
De acordo com o último relatório da American Banking Association, há mais de 364 milhões de cartões de créditos ativos nos Estados Unidos e o uso aumentou mais de 10% nos dois últimos anos.
O analista da D.A. Davidson & Co, Tom Fortes, acredita que o mercado não está entendendo o potencial do Apple Card
Para ganhar tração em um mercado tão competitivo, a Apple está estendendo sua oferta de cashback, como é conhecida a prática que "devolve" ao usuário uma porcentagem do que gastou. Quem pagar o Uber ou Uber Eats com um Apple Card, pela Apple Pay, vai receber 3% em Daily Cash, como é chamado o programa de cashback da empresa.
A questão da segurança também é outro fator importante. A empresa declarou que elaborou uma arquitetura de segurança específica para o Apple Card. Segundo eles, a Apple não tem como saber onde um cliente fez uma compra, o que ele adquiriu e nem quanto gastou.
Da mesma forma, o Goldman Sachs, que emite o cartão e teria acesso a essas informações, se comprometeu a nunca vender ou compartilhar os dados dos usuários a terceiros que poderiam explorar esse conhecimento para fins de marketing e comerciais.