Maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock publicou na quarta-feira, 28 de junho, um novo relatório em que aponta cinco megatendências de investimentos. No documento, a companhia, que detém mais de US$ 10 trilhões em ativos sob gestão, citou temas que vão desde a inteligência artificial até a fragmentação do cenário político mundial.
Os avanços da inteligência artificial - evidenciados por empresas como OpenAI com seu ChatGPT - causam entusiasmo na BlackRock devido ao potencial que a tecnologia possui para aumentar a produtividade e as margens de lucro das companhias, ao mesmo tempo que também reduzem custos.
A gestora espera que essas tecnologias impulsionem o valor de mercado não apenas de quem está por trás dos códigos utilizados para a criação dos robôs, mas também dos fabricantes de microchips - o acessório que dá vida à inteligência artificial. As ações da Nvidia dispararam nos últimos meses, por exemplo.
O que não está sendo olhado de perto pelo mercado ainda, contudo, são as companhias que detêm os dados utilizados para treinar os robôs virtuais. De acordo com o relatório, “empresas com vastos conjuntos de dados proprietários têm a capacidade de alavancar de forma mais rápida e fácil uma grande quantidade de dados para criar modelos inovadores”.
O setor bancário é outro que deve continuar sua transformação nos próximos anos. No relatório, há uma projeção de reformulação permanente deste mercado. A tendência é de que exista maior consolidação das instituições menores e a disponibilidade de crédito deve diminuir. Isso vai ajudar a expandir o papel dos credores não bancários e dos mercados privados.
Isso pode ajudar a resolver outro problema que deve surgir no futuro: um aumento inflacionário por conta do envelhecimento da população mundial. De acordo com a BlackRock, essa tendência vai resultar na diminuição na força futura de trabalho em diferentes mercados. Isso impacta diretamente na produtividade e no aumento de gastos governamentais.
Em relação a esses temas macroeconômicos, a BlackRock vê um cenário com maior fragmentação mundial. De acordo com a gestora, a eficiência econômica não mais será determinante para as relações geopolíticas. A prioridade será o esforço focado em segurança nacional, por exemplo. Isso não está restrito somente ao cenário na Ucrânia, mas também às relações entre Estados Unidos e China e que estimulam políticas protecionistas.
No final do ano passado, Phillip Hildebrand, vice-presidente da BlackRock, alertou o mercado financeiro a respeito de uma reglobalização causada por impactos da guerra da Ucrânia, de problemas inflacionários em países do chamado "Primeiro Mundo" e da crise energética na Europa .
Esse ponto foi reforçado neste relatório. De acordo com a BlackRock, é necessário que os investidores se preparem para uma transição para economias de baixo carbono. Essa mudança, segundo a gestora, deve começar nos mercados mais desenvolvidos. Neste sentido, os investidores devem ficar atentos ao aumento dos preços dos veículos elétricos.