Como é natural em uma operação dessa magnitude, a compra do grupo Big pelo Carrefour Brasil, anunciada em março de 2021, no valor de R$ 7,5 bilhões, envolveu um período extenso de análise até ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O sinal verde para a transação veio apenas em maio deste ano. Entretanto, na contramão dessa longa espera, com as chaves dos novos ativos em mãos, o grupo francês engatou uma onda de conversões das unidades do Big. E, agora, acaba de concluir a primeira etapa dessa “corrida”.
Na manhã desta quarta-feira, 21 de dezembro, o Carrefour Brasil anunciou que está encerrando 2022 com 91 novas lojas, das quais 59 são resultado da primeira fase de conversões do Big. Com isso, o grupo alcança uma base de mais de 300 lojas e cumpre parte do plano de chegar a 470 unidades no País até 2026.
Em relação ao plano de conversões do Big, o número divulgado está acima da meta inicialmente prevista, que apontava para 50 unidades. E equivale a um índice de 48% do total de lojas a serem convertidas a partir da aquisição.
No saldo dessa primeira etapa, 38 lojas foram convertidas em lojas do Atacadão, sendo 25 do Maxxi, a marca do Big no atacarejo, e 13 do Hipermercado Big. O processo inclui ainda 20 lojas do Big convertidas em Hipermercados Carrefour e uma loja do Big convertida em uma unidade do Sam’s Club.
O volume total de novas operações no ano também envolveu uma expansão orgânica, com a abertura de 20 unidades do Atacadão e 12 lojas de conveniência. Com todas essas iniciativas, o grupo desembarcou em 17 novas cidades, de 11 estados. E estreou nos mercados de Santa Catarina e Alagoas.
Nas duas vertentes, os números deixam claro que o maior foco foi ampliar a capilaridade do Atacadão, a bandeira de atacarejo que é o carro-chefe do Carrefour Brasil. A marca respondeu por mais de 70% das vendas brutas de R$ 76,5 bilhões acumuladas pela companhia entre janeiro e setembro de 2022.
Em entrevista concedida ao NeoFeed, em novembro desse ano, Marco Oliveira, CEO do Atacadão, observou que, além das conversões do Big, outra grande aposta do grupo para acelerar a expansão da bandeira é o investimento em lojas de menor porte.
“Hoje, temos um modelo de lojas desenvolvido com 3,5 mil metros quadrados, que nos abriu um novo horizonte. Nossa expansão não virá 100% desse formato, mas ele será o preponderante”, afirmou o executivo.
Hoje, uma loja tradicional do Atacadão tem 6 mil metros quadrados. Segundo Oliveira, o investimento nos formatos mais enxutos é, em média, 30% menor do que o modelo adotado habitualmente pela companhia.
Entre os exemplos de novas unidades sob esse conceito, o Atacadão promoveu inaugurações ou conversões recentes em Americanas (SP), em um espaço de 4,4 mil metros quadrados, e em Vitória da Conquista (BA), em uma unidade de 3,1 mil metros quadrados.
Por volta das 10h45, as ações do Carrefour Brasil estavam sendo negociadas com ligeira alta de 0,46% na B3. No ano, os papéis da companhia acumulam uma valorização de 1,3%. O grupo está avaliado em R$ 31,9 bilhões.