O Softbank conseguiu evitar um terceiro trimestre consecutivo de resultados negativos e terminou o período que corresponde aos meses de julho, agosto e setembro com lucro de US$ 21 bilhões em sua operação.
Esse resultado, no entanto, só foi possível por conta da venda de parte da participação do grupo no Alibaba durante o período. O impulso de US$ 34 bilhões gerado pela venda da participação na gigante chinesa, reduzindo sua participação no negócio de 23,7% para 14,6%, reverteu o que seria mais um trimestre de resultados negativos.
Isso porque, considerando apenas o desempenho dos fundos Vision I, II e outros fundos do Softbank utilizados para investir em startups, o grupo registrou prejuízo de US$ 9,8 bilhões.
O déficit está relacionado com a queda nas ações de empresas como WeWork, Compass e DoorDash. No último trimestre, as perdas combinadas do trio somaram mais de US$ 12 bilhões. Somente o WeWork perdeu US$ 3 bilhões em valor de mercado no período, quando as ações se desvalorizaram quase 60% entre junho e setembro.
Além da venda de ações do Alibaba, os números também foram impactados, em uma escala muito menor, pela redução de custos da operação. Nos últimos meses, a gestora informou que, até o fim de setembro, iria reduzir em 30% o tamanho de sua equipe do Vision Fund. Os cortes iriam afetar até mesmo a operação do grupo na América Latina.
A venda de parte do Alibaba não foi o único movimento neste sentido durante o trimestre. Em agosto, o Softbank zerou sua participação na Uber. Um mês depois, foi a vez de realizar o desinvestimento na Kahoot, passando as ações da startup norueguesa para a General Atlantic.
O mercado está reagindo de forma positiva ao balanço. As ações do Softbank acumulam alta superior a 5% às 11h30 desta sexta-feira, 11 de novembro, fazendo com o que o valor de mercado do grupo atinja US$ 76 bilhões. No ano, as ações já subiram mais de 26%.
Fora do dia a dia
Durante a apresentação dos resultados financeiros do trimestre, Masayoshi Son aproveitou a ocasião para informar que iria se afastar do dia a dia das operações dos fundos. O plano do executivo é focar suas atenções na Arm. Após ter a venda para a Nvidia impedida por órgãos reguladores, a fabricante de chips agora está em vias de abrir capital.
“Nos próximos anos, gostaria de me dedicar à próxima fase de crescimento explosivo da Arm”, afirmou Son durante sua apresentação para investidores. “Gostaria de delegar os ganhos financeiros e outras operações diárias de gerenciamento a outros executivos.”
De acordo com o executivo, ainda que a companhia realize um IPO no ano que vem, o planejamento do Softbank consiste em manter participação majoritária no negócio, conforme reportado pelo Financial Times.