Desde 2020, uma onda de ataques cibernéticos vem trazendo prejuízos e contratempos a uma série de empresas no mercado brasileiro, de diferentes setores. E essa lista ganhou uma nova integrante nas últimas horas.

Na madrugada desta quinta-feira, 22 de junho, em uma postagem no perfil oficial da Fast Shop no Twitter, um autor desconhecido afirma que os sistemas de tecnologia da informação e em infraestruturas de computação em nuvem da varejista estão sob “ataque de extorsão” há 72 horas.

“Nós ganhamos acesso a alguns terabytes dos seus dados do VCenter e de vários serviços de Cloud. AWS, Azure, IBM, Gitlab”, diz a mensagem. O autor escreve ainda que as informações obtidas incluem diversos dados da empresa e de consumidores. “Ficaremos felizes em negociar com você para evitar o vazamento desses dados e ajudar a resolver esses problemas.”

Em uma postagem feita pouco antes antes dessa sequência, o perfil da Fast Shop anunciou o fechamento de todas as lojas até o dia 26 de junho e a suspensão de todos os pedidos realizados pelo e-commerce até 27 de junho.

No início da manhã, o site oficial da rede ficou fora do ar, mas o acesso foi restabelecido por volta das 10h. Procurada pelo NeoFeed, a Fast Shop. Fundada em 1986, a rede tem mais de 80 lojas no País e é conhecida pela venda de eletroeletrônicos e eletrodomésticos.

Procurada pelo NeoFeed, a Fast Shop informou que identificou uma tentativa de acesso não autorizado aos seus sistemas. E que, como forma de prevenção, acionou os protocolos de segurança e, por esse motivo, o site e o aplicativo da rede ficaram temporariamente indisponíveis, mas já estão funcionando normalmente.

“Ressaltamos que todas as lojas continuam abertas e operando regularmente em todo País. Salientamos que toda a base de informações da empresa está sob rígidos processos de segurança e não houve evidências de danos aos dados de nossos clientes", acrescentou a empresa, na nota.

Com o ataque, a varejista engrossa a relação que começou a ganhar escala há dois anos. Boa parte desses incidentes envolve uma modalidade conhecida como ransomware, que inclui o sequestro de dados de um usuário ou de uma empresa e, posteriormente, um pedido de um montante para desbloquear o acesso a essas informações.

Recentemente, em fevereiro deste ano, a Americanas foi uma das vítimas de invasões, a ter os sites Americanas.com e Submarino derrubados por um ataque. Na divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2022, a companhia informou que o incidente trouxe um prejuízo de R$ 923 milhões à operação.

Em 2021, a relação de empresas que também sofreram com essa onda incluiu nomes como Renner, Atento, Fleury, Westwing, Copel, Eletronuclear, CVC e Porto Seguro.

Já em 2020, companhias como Cosan, Hapvida e Avon, empresa americana parte do grupo brasileira Natura&Co, também enfrentaram invasões em seus sistemas.

Os ataques cada vez mais frequentes não estão restritos às grandes companhias presentes no mercado brasileiro. Em abril de 2021, por exemplo, a Apple foi pressionada por um grupo de crackers – como são conhecidos os hackers que usam seus conhecimentos para fins ilícitos – batizado de REvil, que exigiu uma quantia de US$ 50 milhões pelo resgate de dados capturados da empresa.

Reportagem atualizada às 13h47 com o posicionamento oficial da Fast Shop