Enquanto o mercado aguarda se o Fleury fará ou não uma proposta pela rival Alliar, a empresa de medicina diagnóstica anunciou nesta segunda-feira, 18 de outubro, a compra do Laboratório Marcelo Magalhães, de Recife, por R$ 384,5 milhões.
Essa é a segunda maior aquisição da história do Fleury, ficando atrás apenas da Labs D’Or, um negócio de R$ 1,2 bilhão, anunciado em 2010.
Com o negócio, que depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Fleury adiciona a sua rede 13 unidades de atendimento, além de uma operação de atendimento domiciliar.
“O Laboratório Marcelo Magalhães é uma marca muito reconhecida e nos coloca em um posicionamento forte na região metropolitana do Recife”, diz Jeane Tsutsui, CEO do Fleury, em entrevista ao NeoFeed.
O Fleury informou que o múltiplo implícito estimado para a transação é de 7,5 vezes a relação enterprise value (EV)/Ebtida para o ano de 2024, levando-se em conta as sinergias esperadas após a conclusão da transação.
A receita bruta do Laboratório Marcelo Magalhães nos 12 meses encerrados em 31 de julho foi de R$ 114 milhões.
Em breve comentário distribuido pela manhã, o Credit Suisse considerou a aquisição "aparentemente cara". De acordo com o banco de investimento, o Fleury está pagando 3,4 vezes o EV/Vendas, acima de 2,3 vezes do EV/Vendas do próprio Fleury.
Com a compra do Laboratório Marcelo Magalhães, o Fleury expande sua presença no estado do Pernambuco e amplia sua capilaridade para 31 unidades na região metropolitana do Recife, onde a empresa já atua com as marcas a+ Medicina Diagnóstica e Diagmax.
Nos últimos cinco anos, o Fleury já investiu um total de R$ 689 milhões no Nordeste, por meio da aquisição de cinco companhias, já considerando a compra anunciada hoje. Esses acordos acrescentaram 50 unidades de atendimento e mais de R$ 260 milhões em receita anual à operação.
Além do Laboratório Marcelo Magalhães, o Fleury adquiriu também na região as marcas Diagmax (Pernambuco), Inlab, (Maranhão), o Centro de Patologia Clínica e o Instituto de Radiologia (ambas no Rio Grande do Norte).
Tsutsui reforçou que a aquisição está alinhada com a estratégia de M&As do Fleury, que é seguir avançando em medicina diagnóstica, mas também investindo em novas áreas e na estratégia digital, através do Saúde iD. "Já atuamos em telemedicina no Brasil inteiro", diz Tsutsui.
Nos últimos anos, o Fleury fez diversas aquisições que aumentaram sua atuação para além da área de medicina diagnóstica. Em 2018, por exemplo, comprou a empresa de gestão de saúde empresarial SantéCorp.
No ano passado, adquiriu o controle do Centro de Infusão Pacaembu e da Clínica de Olhos Dr. Moacir Cunha – os dois negócios foram concluídos no segundo trimestre deste ano.
A compra do Laboratório Marcelo Magalhães é a quarta aquisição concretizada pelo Fleury em 2021. Em junho, a empresa já havia anunciado as compras da Vita, especializada em ortopedia, e dos laboratórios Pretti e Bioclínico, que marcaram sua entrada no mercado do Espírito Santo.
Cotadas a R$ 21,37 no encerramento do pregão da última sexta-feira, 15 de outubro, as ações do Fleury acumulam uma desvalorização superior a 20% em 2021. Por volta das 10h20, caíam 0,7%. A empresa está avaliada em R$ 6,7 bilhões.