A torcida é grande para que a inflação americana tenha chegado ao pico e investidores e gestores ainda estão divididos, mas cresce a corrente que espera o declínio dos preços daqui para frente.
Pesquisa do Bank of America (BofA), realizada entre 5 e 10 de agosto com 75 gestores de fundos que administram US$ 1,246 trilhão nos EUA, Europa, Reino Unido e Ásia revela que subiu de 44% para 57% a parcela de entrevistados que consideram a inflação americana atingiu seu pico.
Por outro lado, diminuiu de 15% para 11% os que acreditam que a inflação ainda não chegou à máxima variação na espiral de alta dos últimos meses e que levou à renovação de recordes em 40 anos.
A estabilidade da inflação ao consumidor nos EUA em julho, que levou a taxa anualizada a 8,5%, ante 9,1% na leitura até junho, parece ter contribuído para a percepção dos pesquisados.
A maioria dos pesquisados, entretanto, avalia com cautela a possibilidade de o Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, trazer a inflação à meta de 2%. A reversão do indicador exigirá que o Fed mantenha o aperto monetário.
A política monetária mais restritiva não deve, contudo, promover a recessão. A sondagem do BofA mostra que passou de 23% para 16% o número de respondentes que consideram a recessão inevitável.
Em ritmo mais modesto, avançou de 10% para 13% a parcela de gestores que veem a economia global desacelerando rapidamente.
Nesta semana, a prova dos nove quanto a um enfraquecimento da inflação virá da Europa. O índice de preços ao consumidor da Zona do Euro em julho será divulgado na quinta-feira, 18 de agosto. Na véspera, 17 de agosto, sai a inflação no Reino Unido.
Também na quarta-feira, 17 de agosto, o Fed divulga a ata de sua última reunião, quando elevou a taxa básica à faixa de 2,25% a 2,50%.
Surpreendendo analistas, nesta segunda-feira, 15 de agosto, o Banco Central da China reduziu sua taxa em 0,10 ponto percentual, para 2,75%. A iniciativa foi atribuída ao resultado da produção industrial e das vendas do varejo que frustraram as expectativas e renovam o risco de recessão global.