O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, resolveu partir para cima das grandes empresas de tecnologia. Nesta sexta-feira, 9 de julho, ele deve assinar uma ordem executiva visando coibir o poder e as aquisições de companhias como Google, Facebook, Apple e Amazon, segundo o The New York Times.
O objetivo é que as agências reguladoras que aprovam fusões examinem mais de pertos as práticas da indústria de tecnologia. A ordem executiva também encorajará a Federal Trade Commission (FTC) a escrever regras limitando como os gigantes da tecnologia usam os dados do consumidor, uma resposta às críticas de que empresas como a Amazon podem aproveitar o que sabem sobre os usuários para obter vantagem sobre os serviços e negócios concorrentes.
A decisão de Biden é um reconhecimento de que as gigantes de tecnologia obtiveram um poder de mercado muito grande. Para lidar com isso, especialistas dizem que é preciso rever as leis antitruste e, possivelmente, reescrevê-las para capturar melhor os modelos de negócios do Vale do Silício.
Biden já havia dado sinais de que seria duro com as empresas de tecnologia. Ele colocou em posição de liderança em seu governo pessoas críticas às big techs. Ele nomeou, por exemplo, Tim Wu, professor de direito da Universidade de Columbia e defensor declarado do desmembramento de empresas como o Facebook, como consultor especial sobre concorrência.
Outro nome que tem uma visão crítica do poder conquistado pelas big techs nomeado por Biden foi o de Lina Khan, para a presidência do FTC. Khan também pediu o desmembramento de grandes empresas de tecnologia e trabalhou em uma investigação antitruste no Congresso contra Amazon, Apple, Facebook e Google.
Um dos alvos da ordem executiva que será assinada por Biden são as fusões. Em especial, as compras de pequenas empresas por parte das big techs, que eliminam rivais antes que possam decolar. O objetivo é revisar as diretrizes que as agências reguladoras usam para avaliar esses negócios.
Biden também deve adotar restrições às práticas de provedores de internet de banda larga como Comcast, AT&T e Verizon. Os consumidores alegam que têm poucas opções e pagam muito pelo serviço de internet.
Outra tema que voltará para a discussão é a questão das regras de neutralidade de internet, que impediam os provedores de Internet de bloquear determinado conteúdo, retardando sua entrega ou permitindo que os clientes pagassem mais para ter seu conteúdo entregue mais rapidamente.
Atualmente, as empresas de tecnologia são as mais valiosas do mundo. A Apple, por exemplo, vale quase US$ 2,4 trilhões. A Microsoft também já ultrapassou a capitalização de US$ 2 trilhões. Na sequência, Amazon, com US$ 1,8 trilhão, e Alphabet, com US$ 1,7 trilhão, formam o grupo das quatro empresas mais valiosas das bolsas americanas. O Facebook está perto de integrar o clube das empresas trilionárias.