A The Yield Lab quer ampliar seu radar de busca por negócios ligados ao agronegócio. Ao mesmo tempo, não não quer abrir mão de sua tese de investimentos de só entrar em operações um pouco mais maduras a partir de rodadas seed. Por isso, a gestora firmou uma parceria com a Rural Ventures, outra empresa de capital de risco e que também aposta em agtechs e foodtechs.
O acordo entre as duas gestoras, antecipado com exclusividade ao NeoFeed, envolve um esforço conjunto para encontrar negócios early stage que serão investidos pela Rural Ventures, principalmente em rodadas pré seed. A The Yield Lab não ficará com qualquer equity desse primeiro investimento, mas terá direito a um assento no board da startup investida.
Esse modelo vai permitir que a The Yield Lab ajude no desenvolvimento daquele negócio enquanto também colhe mais informações para decidir se, posteriormente, também vai realizar um investimento na empresa em questão.
"Antes a gente acabava não entrando em muitos negócios porque eles ainda estavam em fases muito iniciais", diz Kieran Gartlan, managing partner da The Yield Lab no Brasil. “Agora a gente ganha acesso ao deal flow e a um olhar mais profundo da operação."
Do lado da Rural Ventures, que realizou um investimento de valor não divulgado na The Yield Lab para que a parceria fosse concretizada, a vantagem do acordo está em explorar a bagagem de uma gestora mais experiente junto ao ecossistema de startups de agro.
“A gente ganha uma parceria que já mapeou o mercado e entende se aquela solução já foi testada em algum lugar do mundo e deu ou não certo”, diz Fernando Rodrigues, managing partner e cofundador da Rural Ventures ao lado de Edison Fujiura, José Amaral, Louis Gorbin e Bruno Massera.
Fundada no ano passado e capitalizada com o dinheiro dos próprios sócios, a Rural Ventures ainda é uma iniciante no mercado de venture capital. A tese de investimento gira em torno de agtechs e foodtechs com faturamento mínimo recorrente de R$ 15 mil e valuation máximo de R$ 30 milhões.
Por ora, a Rural Ventures realizou apenas seis investimentos e com cheques de até R$ 1 milhão. Entre as investidas estão Preservaland, uma plataforma que opera tokens usados para financiar a preservação de florestas, e Arara Seed, plataforma de crowdfunding para angariar recursos para startups, além de outras empresas.
Se a The Yield Lab está em processo de captação de seu terceiro fundo, a Rural Ventures ainda está estruturando o seu primeiro veículo de investimentos – o que deverá acontecer somente a partir do ano que vem.
Enquanto isso não sai do papel, o plano é captar recursos com outros agentes do mercado ligados ao agronegócio. O plano é buscar até R$ 5 milhões para realizar até 10 novos investimentos em startups em 2023. Agora, porém, com a ajuda da The Yield Lab nesta busca.