Um dos investidores mais importantes do Vale do Silício está deixando uma das gestoras de venture capital mais influente dos Estados Unidos.
Michael Moritz que liderou investimentos da Sequoia Capital em empresas como Google, Yahoo, YouTube, LinkedIn, WhatsApp e PayPal está deixando a gestora, depois de 40 anos na casa de venture capital.
“Somos imensamente gratos por todas as contribuições de Michael. Ele ajudou a estabelecer a Sequoia como um dos principais grupos de investimento em tecnologia do mundo”, escreveu Roelof Botha, sócio da Sequoia Capital, em uma carta aos limited partners (LPs) da gestora.
A saída de Moritz, considerado uma lenda no mundo de venture capital, representa um novo abalo para a Sequoia. No mês passado, a gestora tomou a decisão de separar suas unidades na China e na Índia.
Moritz agora vai ficar à frente do Sequoia Heritage, um fundo de gestão de patrimônio de US$ 15 bilhões que ajudou a lançar em 2010, e que gere o patrimônio de alguns sócios da Sequoia Capital, como também de empreendedores nas quais a gestora investe.
Uma fonte do mercado de venture capital que investiu com Moritz, que falou com o Financial Times (FT), disse que a saída corre o risco de deixar uma “lacuna de liderança” em um momento crítico à Sequoia Capital.
"Já faz muito tempo, mas chega em um momento ruim", disse. “A empresa está passando por muitas mudanças: a separação com a China, perdendo [o chefe da Sequoia China] Neil Shen. Mike é muito sábio, teria sido bom que ele ficasse por alguns anos enquanto eles administram a transição.”
Moritz ingressou na Sequoia em meados dos anos 1980. Ele liderou a empresa de meados da década de 1990 até 2012, quando deixou o cargo alegando um doença não revelada.
Apesar de não estar mais no dia a dia da gestora há mais de uma década, ele se manteve como sócio e atuando em alguns investimentos. Entre eles, estão os aportes nas fintechs Stripe e Klarna, bem como nos grupos de comércio eletrônico Instacart e Getir.
A saída de Moritz acontece em um momento em que a Sequoia Capital vive um momento nebuloso. Botha, que assumiu a gestora no ano passado, tem sido pressionado por uma sucessão de erros.
A gestora convive com a pressão dos sócios que injetaram dinheiro na operação por conta de investimentos ruins realizados e que estão desvalorizados. Há também quem não esteja contente com a aposta da companhia em FTX, Twitter e ByteDance.
O valor dos ativos da Sequoia caiu de US$ 85 bilhões, quando Botha assumiu o cargo, para US$ 53,2 bilhões em março, de acordo com documentos da empresa. Agora, a Sequoia tem uma carteira no mesmo valor de uma de suas principais rivais, a Andreessen Horowitz, segundo o The Information.