O Morgan Stanley está abrindo a carteira. De novo. Depois de comprar a corretora E*Trade por US$ 13 bilhões, em negócio aprovado nesta semana, o banco de investimento está desembolsando US$ 7 bilhões pelo controle da gestora Eaton Vance, que tem US$ 500 bilhões de ativos sob gestão.
A transação marca uma mudança de postura dos principais bancos de investimento dos EUA, que estão migrando para companhias de gerenciamento ativos, o que gera um rendimento mais estável e que requer pouco capital.
Bancos como Goldman Sachs e J.P.Morgan Chase têm priorizado essa estratégia. Já o Morgan Stanley está pagando caro para sair da incômoda posição de ser de "médio porte" neste setor.
É um paradoxo, pois ele é pequeno para ser comparado à BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, com mais de US$ 7 trilhões sob gestão. Ao mesmo tempo, o Morgan Stanley é grande demais para se autodeclarar "boutique".
Com a aquisição da Eaton Vance, o braço de investment management do Morgan Stanley ganha US$ 1,2 trilhão de ativos sob gestão e quase US$ 5 bilhões de receita combinada. A transação dá ao banco tração em três frentes diferentes: valores mobiliários institucionais, gestão de patrimônios e gestão de investimentos.
O Morgan Stanley está pagando US$ 56,50 por ação da Eaton Vance, em uma transação é que parte em dinheiro e outra parte em ações. "Quem tenta comprar grandes empresas por preços baixos nunca consegue um bom negócio", disse James P. Gorman, CEO da Morgan Stanley, em comunicado aos investidores.
Na tarde desta quinta-feira, 8 de outubro, os papéis da instituição financeira avançavam 0,62% na bolsa de valores. As ações da Eaton Vance, por sua vez, dispararam quase 50%.
A transação entre as companhias vai ser submetida à avaliação dos órgãos competentes, num processo que deve demorar alguns meses e só deve ser concluída no primeiro trimestre de 2021.
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