Patrick Hruby vinha de uma passagem de 14 anos, dividida, igualmente, entre o Google e o Facebook, e entre o Vale do Silício e o Brasil, quando decidiu, em outubro de 2019, que era o momento de mudar de ares. O destino escolhido foi a Movile, grupo brasileiro dono de empresas como iFood, Sympla e Zoop.
Hruby chegou à holding como “executivo em residência”. Ou, como ele brinca, “estagiário gourmet”. Não demorou para mudar esse status. Em março de 2020, o executivo assumiu como CEO da Movile, no lugar do cofundador Fabricio Bloisi, que passou a se dedicar 100% ao iFood, a grande vedete do grupo.
Seu primeiro ano no posto foi mais restrito aos limites do grupo. Era preciso ajudar as empresas a superarem a pandemia. Daqui para frente, porém, o foco é olhar para outras fronteiras. Seja para expandir a atuação dessas companhias ou buscar novos negócios para o guarda-chuva da Movile.
“Eu vim para ajudar as demais empresas a alcançarem o crescimento e a relevância que o iFood encontrou”, diz Hruby, em entrevista ao Conexão CEO (vídeo completo acima). “E também vou dedicar 50% do meu tempo para conversar com novas empresas e oportunidades.”
Dentro de casa, uma das grandes apostas é a Afterverse, spin-off da PlayKids. Criada em 2020, a empresa de games é dona do jogo para celular PK XD e, em um ano, já ultrapassou a marca de 50 milhões de jogadores ativos, no Brasil e no exterior.
“A Afterverse nasceu como uma célula de inovação da PlayKids, mas seu sucesso e velocidade mostraram que era melhor criar uma nova empresa”, diz Hruby. Ele ressalta que a startup é uma das com mais potencial para se tornar o próximo unicórnio do grupo, status já ostentado pelo iFood e pela própria Movile.
O horizonte da holding de tecnologia passa ainda por aquisições e investimentos. Além de fintechs e logística, o radar inclui outros segmentos. “Estamos conversando com empreendedores em diversas linhas, desde healthtech, agtechs até robótica”, afirma Hruby.
No programa, entre outros temas, ele fala ainda dos planos para o iFood; da expansão das startups de logística Mensajeros Urbanos e Moova na América Latina; da tese de investimentos da holding; da possibilidade de um IPO dentro do grupo; e dos avanços e lacunas do ecossistema de inovação no País.