No fim de agosto, o BTS, fenômeno do K-pop, chegou à primeira posição da Billboard Hot100, com o single “Dynamite”. Com o feito, o grupo tornou-se o primeiro artista-sul coreano a alcançar o principal lugar no pódio da parada musical americana.

Agora, a boyband está prestes a ser um hit também em outra parada: o mercado de capitais. O grupo é o principal trunfo da Big Hit Entertainment, gravadora sul-coreana que gerencia a carreira do BTS e que está programando sua oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Seul para o dia 15 de outubro.

Segundo documento arquivado nesta segunda-feira, 29 de setembro, a companhia precificou seu IPO no topo da faixa, estabelecida no início deste mês, de 115 mil wons a 135 mil wons (US$ 115 por ação). A empresa espera captar 962,6 bilhões de wons (US$ 820 milhões), com a oferta de 7,9 milhões de ações.

Essa seria a maior abertura de capital no país desde o IPO da Celltrion Healthcare que, em 2017, levantou 1 trilhão de wons. De acordo com o documento, a Big Hit atraiu cerca de 1.420 investidores institucionais na etapa de pré-subscrição. Aproximadamente 98% deles disseram que pagariam o teto do preço ou até mais pelas ações da companhia.

A demanda também está sendo impulsionada por fãs do grupo, interessados em ter uma fatia da operação que gerencia a carreira de seus ídolos. “A Big Hit é classificada como uma espécie de empresa de exportação global”, afirmou Park Sung-ho, analista da Yuanta Securities, à agência Reuters.

No primeiro semestre deste ano, a Big Hit reportou um lucro de 49,7 bilhões de wons (US$ 42,4 milhões). O selo compensou o cancelamento de eventos presenciais com shows online e vendas pelo aplicativo Weverse.

O IPO não vai reforçar apenas o cofre da Big Hit. Bang Si-hyuk, CEO da empresa, vai dar a cada um dos sete integrantes do BTS 68.385 ações da operação, avaliadas em cerca de US$ 7,9 milhões.

Com o anúncio dos indicadores do IPO da Big Hit, as ações de outras empresas de entretenimento do país subiram nas negociações dessa segunda-feira na Bolsa de Seul. Os papéis da YG Entertainment, da JYP Entertainment e da SM Entertainment fecharam o pregão com altas, respectivamente de 11,98%; 9,94%; e 6,69%.

Projeto de governo

O K-pop é um fenômeno que mescla investimentos da iniciativa privada com incentivos e subsídios estatais, por meio de um braço do Ministério da Cultura, Esporte e Turismo do país. Entre outras ações, em 2005, o governo local criou um fundo de US$ 1 bilhão para estimular esse segmento.

A partir desse impulso, a Coreia do Sul saiu da 30ª posição, em 2007, para se consolidar como o sexto maior mercado global de música, em 2019, movimentando, anualmente, cerca de US$ 4,7 bilhões, segundo dados da International Federation of the Phonographic Industry (IFPI).

Com um impacto anual estimado na economia local de US$ 3,7 bilhões, o BTS é o maior expoente dessa vertente e coleciona marcas nessa indústria. Além do topo da Billboard, outro recorde recente, também com o single “Dynamite”, foi o volume de 7,77 milhões de streams no dia de lançamento da música no Spotify.

Em sua escalada global, a boyband movimentou US$ 170 milhões com sua turnê, em 2019, superando todos os artistas americanos, com exceção do Metallica, segundo informações da revista Forbes.

O grupo já esteve no Brasil em quatro oportunidades. Na primeira delas, em São Paulo, quando tinha apenas um ano de carreira, o show aconteceu na Via Marquês, casa noturna de São Paulo com capacidade para 1,5 mil pessoas.

Já na última passagem, em maio de 2019, o BTS programou um show extra depois que os ingressos para a primeira apresentação, no Allianz Parque, em São Paulo, esgotaram em pouco mais de uma hora nas plataformas online. Já na bilheteria física, as vendas provocaram tumultos e filas gigantescas no entorno do local. Assim como nas semanas que antecederam as apresentações.

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