Com a economia demonstrando sinais de que está engrenando, começou a busca por ações que possam se beneficiar do bom momento do País. E, dentro do setor bancário, o escolhido pelo Santander é o BTG Pactual.
Os analistas Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios destacam que o banco de André Esteves sempre foi um veículo para se ter exposição ao País, por conta de sua presença em diversas áreas da economia. Em razão disso, eles elevaram o preço-alvo das units para 2024 de R$ 30 para R$ 42, indicando um potencial de alta de 31,6% em relação ao atual patamar em que os ativos são negociados. A recomendação permanece sendo de compra.
O novo preço-alvo é o maior entre as casas de research - o Itaú, por exemplo, fez um upgrade em BTG no fim de junto para R$ 38. “Estamos mais otimistas com as perspectivas de resultados do BTG em 2024 dada a combinação de juros mais baixos, retomada do mercado de capitais, a resiliência da receita da unidade de negócios de sales e trading e as boas condições das operações de crédito corporativo”, diz trecho do relatório.
Os analistas afirmam que o BTG Pactual também deve ver o custo do capital recuar com o início do processo de redução da taxa básica de juros, a Selic, movimento que o mercado projeta começar a acontecer em agosto.
“Para 2024, a Selic média deve ficar 2,45 pontos porcentuais menor que a registrada em 2023, segundo nossa equipe de macroeconomia”, diz trecho do relatório. “Levando isso em conta, estamos reduzindo nosso custo de capital para 14,5%, de 15,5%.”
Projeções para o BTG
O bom momento da economia e a capacidade do BTG Pactual de aproveitar as circunstâncias fez o Santander melhorar as projeções para os resultados em 2024.
O lucro líquido recorrente do próximo ano subiu em 9%, para R$ 12 bilhões. Já o resultado esperado para 2023 foi elevado em 1%, para R$ 9,9 bilhões. No caso da área de sales e trading, a expectativa para a receita em 2023 foi elevada em 10%, para R$ 6 bilhões, e em 14% para 2024, a R$ 6,8 bilhões.
Os analistas afirmam que a ação está sendo negociada a um múltiplo P/BV, que relaciona o preço da ação ao valor patrimonial, de 2,1 vezes para 2024, abaixo das 3 vezes de 2021, quando os juros estavam bem baixos e a atividade no mercado de capitais estava intensa. O novo preço-alvo do Santander para o BTG Pactual sugere que existe espaço para o múltiplo chegar perto de 2,8 vezes.
“Embora o valuation não seja barato, comparado com os grandes bancos brasileiros, destacamos que colocamos para o BTG o maior ROE na perpetuidade entre os bancos incumbentes, de 23%”, diz trecho do relatório.
Por volta do meio-dia, as units do BTG Pactual recuavam 0,92%, a R$ 32,20. No ano, elas acumulam alta de 34,5%, levando o valor de mercado do banco a R$ 154,7 bilhões.