Um ditado popular diz que o valor de algo é exatamente quanto alguém paga por aquilo. Elon Musk talvez desejasse que isso fosse verdade. Ao oferecer opções de ações para funcionários do Twitter, Musk fez com que o valor de mercado da companhia caísse para algo em torno de US$ 20 bilhões.
A cifra é menos da metade dos US$ 44 bilhões que o bilionário pagou, junto a investidores como Andreessen Horowitz e Sequoia Capital, na aquisição do Twitter, em negócio realizado no ano passado. Antes de pertencer ao bilionário, a rede social tinha ações listadas na bolsa de valores de Nova York.
Em e-mail destinado os funcionários, Musk afirmou que o Twitter pode ser pensado como uma “startup ao contrário” e que, por causa disso, “é importante que incentivos financeiros individuais estejam alinhados com a companhia”.
O empresário também observou que vê um “claro, mas difícil caminho” para que a avaliação da rede social possa superar US$ 250 bilhões. Caso isso aconteça, as ações que serão cedidas aos funcionários terão seu valor multiplicado em mais de dez vezes.
O plano é realizar alguns eventos de liquidez para que os funcionários possam vender suas ações caso assim desejem. Esses eventos serão realizados semestralmente e o preço definido nos papéis será estabelecido por terceiros, conforme reportado pelo portal americano The Information.
O modelo, segundo o empresário, é semelhante ao praticado na SpaceX, sua empresa de exploração espacial. Nesses moldes, diz ele, é possível ter a mesma vantagem de uma empresa com ações listadas em bolsa de valores, “mas sem o caos do preço das ações e os encargos judiciais de uma empresa pública”.
A oferta de ações para funcionários pode ajudar o Twitter de duas formas. A primeira é justamente incentivar os trabalhadores para que a companhia possa aumentar seu valor de mercado com bons resultados ao longo dos anos. A segunda, economizar recursos na tentativa de evitar perder executivos para rivais.
Vale lembrar que, desde que assumiu, Musk demitiu mais de 75% da força de trabalho do Twitter. Isso resultou em um corte de mais de 5 mil funcionários na empresa, cujo quadro atual tem cerca de 2 mil profissionais.
A desvalorização do Twitter também afeta o próprio bilionário sul-africano, que viu sua fortuna encolher nos últimos meses. De acordo com a Forbes, Musk, que também comanda a Tesla, fechou 2022 com uma fortuna de US$ 219 bilhões. Hoje, seu patrimônio estimado é de US$ 193 bilhões.