A Uber deu mais um passo para expandir seus serviços para além do transporte. Nesta sexta-feira, 11 de outubro, a empresa anunciou a compra de uma fatia majoritária da Cornershop, uma startup chilena que faz entregas de supermercado.
O valor do negócio não foi revelado. No ano passado, a rede varejista Walmart tentou comprar a startup por US$ 225 milhões. Mas as autoridades reguladoras da competição do México vetaram o acordo, alegando que a companhia poderia recusar serviços dos concorrentes da rede varejista.
A Cornershop opera no Chile, Peru, México e Canadá. Segundo apurou o NeoFeed, o próximo mercado que a companhia vai entrar é o Brasil. “Eles estão olhando seriamente o Brasil”, diz uma fonte, que conhece os planos da startup.
Hoje, a Uber opera com a Uber Eats, que faz entrega de comidas. Com a Cornershop, a Uber vai entrar dentro do supermercado. “Daí para outros segmentos do varejo, é um pulo”, diz a fonte. “A Uber vai sair de ‘good delivery’ para ‘everything delivery’.”
Traduzindo para a linguagem dos negócios. Se antes o Uber Eats competia com o iFood e com algumas áreas da Rappi, agora ele passa a ser um competidor direto da Rappi em quase tudo o que a empresa de origem colombiana faz.
“Queremos que a Uber seja o sistema operacional do cotidiano das pessoas”, diz Dara Khosrowshahi, CEO da Uber
Por trás dessa aquisição está um novo posicionamento global da Uber. “Queremos que a Uber seja o sistema operacional do cotidiano das pessoas”, tem dito Dara Khosrowshahi, CEO da companhia. Um exemplo foi o lançamento, na semana passada, do Uber Works, um aplicativo para trabalhos temporários.
Trata-se de um esforço da Uber de buscar novas fontes de receita e ser lucrativo. A empresa teve um prejuízo de US$ 5 bilhões no seu segundo trimestre fiscal. Além disso, suas ações caíram mais de 30% desde maio, quando abriu o capital na Bolsa de Nova York.
Curiosamente, Uber e Rappi vão brigar pela preferência do consumidor na América Latina. Mas as duas empresas têm o suporte do mesmo investidor: o Softbank.
A Uber é uma das principais apostas do Vision Fund, o fundo de US$ 100 bilhões do bilionário japonês Masayoshi Son. A Rappi, por sua vez, recebeu US$ 1 bilhão do fundo para a América Latina do Softbank.