Nos últimos quatro meses, o empresário Adriano Barbosa, dono da Cine Couple, confecção que produz almofadas personalizadas, alcançou um feito e tanto. Mesmo com a desaceleração econômica do País, ele viu suas vendas aumentarem 60%.

Como isso foi possível? Em agosto, a Cine Couple começou a usar o serviço Agência Magalu, criado naquele mês pela companhia para tornar as entregas dos sellers que integram o seu marketplace mais eficientes.

“Antes da Agência Magalu, usava os Correios para enviar os produtos que vendia no marketplace”, diz Barbosa. “Mas havia muitos atrasos e problemas na entrega, e os clientes acabam reclamando. Isso travava o meu negócio.”

Com a Agência Magalu, diz Barbosa, as almofadas que são fabricadas em Guarulhos, na Grande São Paulo, chegam a qualquer destino brasileiro entre um e dois dias úteis. “E isso até no Norte e Nordeste, o que acabou abrindo novos mercados para a minha empresa.”

O empresário destaca também que, antes da Agência Magalu, costumava perder muito tempo nas filas dos Correios. Às vezes, mais de uma hora de espera até chegar a sua vez. “Agora, não gasto nem cinco minutos para despachar os produtos.”

A empresa do empresário Adriano Barbosa é um dos sellers do marketplace do Magalu que estão usando a Agência Magalu, um novo conceito que transforma as lojas da rede varejista em “agências dos Correios.”

“Com todo o respeito aos Correios, a nossa entrega é mais rápida, mais barata e oferece um nível de atendimento muito melhor”, diz Luís Fernando Kfouri, diretor de operações logísticas do Magalu. “Esse é o combo dos sonhos de qualquer seller.”

É fácil entender o funcionamento das Agências Magalu. Em linhas gerais, as lojas que participam do projeto funcionam como ponta de coleta dos produtos – é como se fossem agências dos Correios.

Ao vender uma mercadoria, o seller vai até a unidade do Magalu mais próxima e faz a postagem do pacote. Depois, a entrega dos pedidos fica sob responsabilidade da empresa, que usa a sua malha logística para a entrega dos produtos ao consumidor.

Segundo a empresa, as entregas por esse sistema são 30% mais rápidas se comparadas ao Magalu Postagem, o modelo tradicional que funciona por meio de parceria com os Correios.

O frete também é 20% mais barato e o seller conta com outras facilidades, como o programa “Retira Loja”, que permite que o cliente retire o produto nas unidades da rede.

Em agosto, na largada do projeto, 300 sellers começaram a testar a novidade. Agora, são 3 mil. Atualmente, 280 das cerca de 1.400 lojas do Magalu já funcionam como Agências Magalu, mas a ideia é levar o sistema para toda a rede. Ressalte-se que ele já está operando em 120 cidades de 15 Estados brasileiros.

“É um negócio de escala muito rápida”, aponta Kfouri. Recentemente, o Magalu superou a marca de 100 mil sellers cadastrados em seu marketplace. Boa parte deles, diz o executivo, acabará usando em algum momento os serviços da plataforma multicanal brasileira.

Empresas como o Magalu buscam constantemente aprimorar as suas operações logísticas. Com a competição cada vez mais acirrada no mercado, sai na frente quem entregar com mais velocidade e, claro, por preços menores.

O Magalu foi uma das primeiras empresas do país a oferecer ao cliente a possibilidade de retirar na loja o produto comprado no site. Depois, veio o sistema “ship from store”, que definitivamente transformou as lojas em pequenos centros de distribuição.

Centro de distribuição de Louveira, do Magazine Luiza

No início, o sistema garantia entregas em até 48 horas. Agora, 400 lojas em 120 cidades do país já operam no modelo “ship from store” com até uma hora de prazo de entrega. O Magalu estuda reduzir ainda mais esse tempo.

Nesse contexto, a Agência Magalu é mais um passo no processo de evolução logística da empresa. “Pensamos permanentemente em soluções para tornar os nossos processos mais eficientes”, diz Kfouri.

Para tornar esses projetos possíveis, o Magalu fez ajustes em sua operação. As lojas são hoje, de fato, mini-Centros de Distribuição, o que exigiu mudanças de layout e readequação da infraestrutura interna. Tudo isso para garantir maior espaço ao estoque de produtos e a aplicação de novas tecnologias.

Kfouri dá o exemplo das entregas feitas em até uma hora. Assim que o pedido chega para a loja, o estoquista recebe no celular a imagem de um “foguetinho”, espécie de emoji que lembra que aquela entrega deve ser ultrarrápida.

“Ele tem 10 minutos para fazer a operação de separar e faturar”, diz Kfouri. “Assim que a nota fiscal é emitida, uma mensagem automática é encaminhada para os motoboys que estão conectados na Sode, nossa plataforma logística de motocicletas.” Depois, os entregadores saem com o roteiro pronto para a entrega.

Diversas aquisições feitas pelo Magalu tiveram como foco auxiliar a empresa a aprimorar as suas operações logísticas. A plataforma de logística urbana Sode, comprada em julho passado, é uma delas. Outras incorporações, como a empresa de logística Logbee, adquirida em 2018, e a transportadora GFL, que se juntou ao Magalu em outubro do ano passado, inserem-se nesse mesmo contexto.

“A nossa ideia é digitalizar os 5 milhões de lojistas que estão espalhados pelo Brasil”, diz Kfouri. “Quero que esses sellers se preocupem apenas em rentabilizar o seu negócio. A logística da operação, ele pode deixar com o Magalu.”