Após bater recorde em 2023 e fechar acima dos 130 mil pontos, o Ibovespa deve registrar mais um ano histórico em 2024, com um número cada vez maior de gestores apostando que ele ficará acima dos 140 mil pontos.

Esta é a constatação de uma pesquisa realizada pelo Bank of America (BofA) no começo deste mês com 30 gestores de fundos voltados para América Latina, cujas casas somam um total de US$ 83,3 bilhões em ativos sob gestão.

O levantamento mostra que a quantidade de gestores otimistas com as perspectivas do Ibovespa cresceu em relação a dezembro. O número de entrevistados que acredita que o principal índice da B3 fechará 2024 entre 140 mil pontos e 150 mil pontos passou de 48% para 63%.

O índice encerrou 2023 em 134.185 pontos, alta de 21,7%, sendo que a maior pontuação da história foi estabelecida no penúltimo pregão do ano, em 27 de dezembro, em 134.193 pontos. Por volta das 16h22, o Ibovespa caía 1,69%, aos 129.300 pontos.

A estimativa dos gestores ouvidos pelo BofA está alinhada com o esperado pela XP Investimentos, de 143 mil pontos até o fim deste ano, mas abaixo do Santander Brasil, que projeta 160 mil pontos.

O otimismo com a Bolsa vem junto com projeções otimistas para a economia brasileira, ao comportamento do dólar e para o patamar em que a Selic vai terminar 2024.

Sem entrar nos motivos pelos quais os gestores estão otimistas, a pesquisa do BofA apurou que mais de 80% dos gestores espera que o PIB cresça entre 1% e 2% em 2024.

Em relação ao PIB de 2023, a expectativa é de que os números do IBGE, previstos para serem divulgados em 1º de março, apontem para uma expansão de entre 2% e 3%, segundo responderam mais de 75% dos gestores.

Para 70% dos entrevistados, a Selic deve fechar o ano igual ou abaixo dos 9%, com mais de 45% afirmando que a taxa básica de juros ficará entre 8,75% e 9% ao ano.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) deu sequência ao ciclo de alívio monetário que começou em agosto, cortando a Selic para 11,75% ao ano. A primeira reunião do Copom em 2024 está marcada para os dias 30 e 31 de janeiro.

O dólar, por sua vez, deve encerrar o ano entre R$ 4,50 e R$ 4,81, de acordo com quase 70% dos entrevistados. Em dezembro, pouco mais de 40% dos entrevistados projetava que a moeda americana encerraria 2024 entre R$ 4,81 e R$ 5,10.

Diante do bom cenário para a Bolsa brasileira, cerca de dois terços dos entrevistados pelo BofA afirmam que pretendem aumentar a alocação em ações nos próximos seis meses. Trata-se da maior quantidade de gestores que responderam dessa maneira desde setembro de 2022.

Entre os setores que mais interessam, a maioria dos gestores citou os segmentos de finanças, utilities e consumo discricionário. Por outro lado, a parte de commodities tem atraído menos atenção, mesmo que 60% dos entrevistados acreditem que os estímulos previstos na China possam puxar os preços das commodities nos próximos seis meses.

O bom momento da economia brasileira também é um fator que ajudará as empresas, com mais de 50% dos entrevistados apontando que não esperam realizar revisões para baixo das projeções para os resultados das companhias locais.