O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, o deputado republicano Kevin McCarthy, podem até ter fechado um acordo inicial para aumentar o teto da dívida do país. Mas Ray Dalio não está impressionado com o resultado.

Fundador da Bridgewater, um dos maiores fundo de hedge do mundo, com US$ 150 bilhões sob gestão, Dalio disse que o acordo pode até ser um demonstrativo do bipartidarismo funcionando bem, com os moderados conseguindo se sobrepor aos extremistas dos dois lados.

Mas, em termos econômicos, solucionar o problema da dívida do país não muda nada. A ponto de Dalio dar uma nota D ao resultado (a nota mais baixa na escala de avaliação escolar dos Estados Unidos).

"Não fará muita diferença (em lidar com o problema do endividamento dos Estados Unidos", diz trecho de um tweet do investidor, publicado na terça-feira, dia 30 de maio, à noite.

Ainda assim, considerando as circunstâncias, Dalio afirmou que o acordo de Biden e McCarthy "é o melhor que poderia se esperar" em função do bipartidarismo e o acerto para se criar uma comissão para discutir reformas fiscais.

O acordo firmado no sábado, dia 27 de maio, prevê suspender o limite da dívida até 1º de janeiro de 2025, impedindo que ele seja uma questão durante a eleição presidencial, que ocorrerá em 2024. Ele também estabelece que gastos não relacionados à defesa permanecerão praticamente estáveis no próximo ano.

A proposta precisa ser aprovada até domingo, dia 4 de junho, para evitar que os Estados Unidos fiquem sem recursos para financiar a máquina pública e pagar sua dívida – o país nunca deu calote em sua história.

Segundo cálculos do Tesouro americano, se nenhuma solução passar pelo Congresso, o país fica sem recursos a partir de segunda-feira, dia 5 de junho.

Esta não é a primeira vez que o teto da dívida vira um impasse no Congresso americano, que já elevou o limite ou estendeu o prazo de seu vencimento outras 78 vezes desde a década 1960.

Os sucessivos acordos são motivos de critica de Dalio a tempos. "Todos nós sabemos que não existe um limite real para o endividamento, porque o que chamado de limite da dívida nunca é de fato um limite para a dívida", disse ele em janeiro, segundo o site Business Insider.

Segundo ele, o mecanismo é uma “farsa” e que é parecido com alcoólatras escrevendo leis para limitar acesso à bebida.

"Quando o limite é alcançado, eles (políticos) fazem uma negociação farsesca que elimina o limite, permitindo a eles terem a próxima bebedeira até atingirem o novo limite, momento em que realizam mais uma negociação farsesca para continuarem com a farra", afirmou.