A joalheria Vivara está saindo mais forte da pandemia do que seus concorrentes, diz o Bank of America (BofA) em um relatório que manteve a recomendação de compra aos papéis da empresa e subiu o preço-alvo das ações de R$ 30 para R$ 36 – elas fecharam negociadas a R$ 31,18 nesta quinta-feira, 8 de julho.

A companhia está se beneficiando de dois movimentos que podem parecer conflitantes para emergir mais forte da pandemia. De um lado, o aumento das vendas online. De outro, começa a retomar os planos de aberturas de novas lojas. Só em junho foram 16 unidades.

Mas, para o BofA, a próxima joia da Vivara pode ser um marketplace, que aceleraria o seu crescimento digital. “A Vivara provavelmente terá como base os avanços do comércio eletrônico e da phygital (uma mistura de físico com experiências digitais)”, afirma o BofA.

O relatório acrescenta que "a gestão de relacionamento com o cliente (CRM) e ferramentas de vendas pelas redes sociais, rapidamente implantadas nos períodos de fechamento e restrição, permitiram à Vivara gerar receita bruta de comércio eletrônico de R$ 310 milhões em 2020 (23,1% das vendas totais)”.

A Vivara lidera o mercado de joalherias com 12% de participação, seguida pela H.Stern, com 2%, e a Monte Carlo, com 1%. De acordo com relatório do BofA, a joalheria parece estar se beneficiando da situação dos shoppings centers para negociar melhores pontos de venda, algo que seguirá sendo fundamental para a companhia.

“A empresa parece estar obtendo locais de qualidade muito mais alta e em melhores condições para sua marca homônima e tendo acesso a propriedades de shopping centers de qualidade superior para suas unidades Life (marca direcionada para a classe média)”, informa um trecho do relatório.
Em outro relatório, dessa vez do Itaú BBA, o destaque fica por conta exatamente das lojas físicas. "Vemos um cenário mais controlado da pandemia, além da possibilidade de consolidação da posição de liderança de mercado, com abertura de novas lojas e potenciais aquisições", informa um relatório do Itaú BBA, assinado pelos analistas Marcelo Sá e Matheus Marques.

O esforço da Vivara para alcançar outros públicos também é visto de forma positiva por analistas, não só em razão da Life, mas também em função do plano já sinalizado pela companhia de lançar uma nova marca para uma clientela de baixa renda.

“Nós não só acreditamos que há um grande potencial de crescimento devido ao maior mercado endereçável, como também vemos como um importante contribuinte de margem, pois os produtos de prata oferecem margens melhores do que o ouro”, afirma a XP, em relatório.

No seu balanço mais recente, referente aos primeiros três meses do ano, as vendas digitais da Vivara cresceram 160,2% em relação a igual período do ano passado, para R$ 57,9 milhões.

Enquanto isso, as lojas físicas, que operavam em 66% da capacidade, sofreram uma queda de 10%, para R$ 213 milhões. Como resultado, os canais digitais saltaram de 8% para 21% em participação no faturamento total no período.

Com essa ajuda do e-commerce, o total em receita bruta da Vivara chegou a R$ 273,3 milhões no primeiro trimestre de 2021, acima dos R$ 263,8 milhões registrados nos primeiros três meses de 2020.

Para os números do segundo trimestre, que ainda serão publicados, a expectativa do mercado é positiva, uma vez que a vacinação avançou no período e os governos voltaram a flexibilizar as medidas de isolamento social.

A Vivara vale R$ 7,5 bilhões na B3. Neste ano, suas ações acumulam alta de 15%.