A Vivara anunciou nesta segunda-feira, 20 de janeiro, a escolha de um executivo para ficar à frente das áreas de finanças e de relações com investidores,  cadeiras sem diretores que não fossem interinos desde as mudanças promovidas no comando, em março do ano passado, quando Nelson Kaufman voltou ao dia a dia da empresa.

A joalheria contratou Elias Leal Lima como diretor executivo para ficar à frente das áreas de finanças e de RI. Formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o executivo atuou como diretor de M&A, CFO e diretor de RI da Kora Saúde de 2018 ao início deste ano. Ele também teve passagens pelo Patria Investimentos e pelo HIG Capital.

Desde que Kaufman retornou à Vivara, o cargo de CFO e de diretor de RI vinham sendo ocupados interinamente pelos CEOs. Primeiro por Otavio Lyra, que foi responsável pela parte financeira da Vivara por quatro anos, depois por Icaro Borrello, ex-COO da companhia e que assumiu o comando da empresa no final do ano passado.

A falta de um CFO e de um diretor de RI por tanto tempo foi criticada por gestores ouvidos pelo NeoFeed, sendo um ponto de atenção em relação à governança da Vivara, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira.

O assunto se tornou uma questão pela maneira com que Kaufman retornou ao cotidiano da companhia que fundou em 1962. Era também um dos fatores que pressionam as ações da companhia – em 12 meses, os papéis da empresa acumulam queda de 45,7%.

Kaufman decidiu voltar a ter uma participação mais ativa na Vivara em março do ano passado, depois de passar 13 anos longe da operação. O motivo era discordâncias em relação a como a companhia estava sendo tocada. Para ele, a Vivara apresentava muitas ineficiências operacionais, com despesas altas e um crescimento menor do que o potencial.

Sua ideia era assumir como CEO, mas a reação do mercado à maneira como ele voltou, com direito à renúncia de duas conselheiras, fez com que ele acabasse assumindo como presidente do conselho de administração.

O episódio foi danoso para a companhia, que perdeu quase R$ 1,4 bilhão em valor de mercado em um espaço de quase dez dias.

Em relatório divulgado quando Borrello foi anunciado como CEO, o Citi destacou que as mudanças no comando da Vivara eram a principal razão para considerar o rating de compra como de “alto risco”.

As ações da Vivara fecharam o pregão com alta de 1,30%, a R$ 19,45. No ano, acumulam alta de 4,85%, levando o valor de mercado a R$ 4,6 bilhões.