Depois de meses em que vários nomes surgiram como prováveis presidente, a mineradora Vale adotou uma solução caseira e escolheu Gustavo Pimenta como o próximo presidente da empresa, surpreendendo o mercado e se antecipando a sua própria agenda para a escolha do novo CEO.

O executivo, que é vice-presidente de finanças da Vale desde 2021, foi eleito por unanimidade pelo conselho de administração na noite de segunda-feira, 26 de agosto.

Pimenta, que foi executivo da AES por 12 anos e vice-presidente de estratégia e M&A do Citi em Nova York, trabalhou na separação da divisão da Vale Base Metals e vendeu 13% dos investimentos da empresa para investidores sauditas e americanos.

“Ele reúne as competências necessárias para que possamos aspirar um novo ciclo virtuoso para a companhia, orientado por nosso propósito, e com grande potencial de geração de valor a todos os nossos públicos de relacionamento”, disse, por meio de nota, Daniel Stieler, presidente do conselho de administração da Vale.

O novo presidente, também em nota, acrescentou que tem “certeza de que seguiremos avançando em nossa missão, com foco em geração e distribuição de valor, elevando a Vale a patamares ainda mais altos”.

Com o apoio da consultoria Russell Reynolds, a definição do sucessor envolveu uma lista de 15 executivos. Esse processo incluiu uma tentativa do governo federal de emplacar o ex-ministro Guido Mantega para o cargo, mas a indicação provocou reações desfavoráveis do mercado.

Pimenta assumirá a Vale em 1º de janeiro de 2025, sucedendo a Eduardo Bartolomeo, que está no cargo de CEO da mineradora desde 2019. O desafio do novo presidente é não só preparar a vale para a transição energética, como também enfrentar queda do preço do minério de ferro e a desaceleração da China.

Com 46 anos, Pimenta é formado em Economia pela Universidade Federal de Minas  Gerais e tem mestrado em Finanças e Economia pela Fundação Getúlio Vargas.

As ações da Vale encerraram as negociações na segunda-feira com alta de 1,13%, cotadas a R$ 58,05. No acumulado de 2024, os papéis registram uma desvalorização de 24,8%. A companhia está avaliada em R$ 247,8 bilhões.