A Tesla ganhou quase US$ 2 bilhões no ano passado sem precisar vender um único carro. Na verdade, a companhia ganhou dinheiro com o fato de que suas concorrentes justamente também não vendem veículos. No caso, elétricos.
De acordo com um documento recente publicado pela companhia na Securities and Exchange Commission (SEC), a montadora de Elon Musk registrou faturamento de US$ 1,8 bilhão com a venda de créditos regulatórios de compensação das emissões de carbono.
Esses créditos são utilizados para que as empresas compensem, através de um investimento financeiro, suas emissões de carbono decorrentes dos processos de produção. Desde 2019, a Tesla já ganhou mais de US$ 9 bilhões com a prática.
A Tesla tem créditos de carbono ao produzir e vender carros elétricos. Depois, a empresa vende esses créditos para outros fabricantes de veículos elétricos que não tiveram produção suficiente para alcançar as metas de emissões de reguladores dos Estados Unidos, Europa e China.
O mercado de crédito de carbono deve crescer em média 15% ao ano entre 2024 e 2032, segundo um estudo da Global Market Insights. No ano passado, a venda desses créditos somou US$ 103,8 bilhões.
No caso da Tesla, o montante não é tão alto quando comparado ao valor que a fabricante ganhou no ano passado com a venda de automóveis. Em 2023, a montadora de Elon Musk faturou US$ 96,7 bilhões, sendo US$ 25,1 bilhões somente no quarto trimestre.
Ao longo dos anos, a venda tem se mostrado estável. Em 2022, a Tesla também ganhou algo próximo de US$ 1,8 bilhão com os créditos de carbono. Em 2021, a cifra registrada foi de aproximadamente US$ 1,5 bilhão.
Neste ano, as ações da Tesla negociam com queda de 22% desde o começo do ano. A empresa está avaliada em US$ 611 bilhões.