A família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, se posicionou em relação à resposta da SPX Capital, encaminhada ao NeoFeed, sobre a reportagem publicada com a entrevista de Regis Dubrule, que afirma que a fusão entre Mobly e Tok&Stok “é um abraço de afogados.”.
Para Ghislaine e Regis Dubrule, desgostar do modelo de gestão ou dos erros cometidos pela companhia é uma coisa, mas afirmar que “nós estamos conduzindo uma campanha ‘distorcida, inverídica e inventada’ é totalmente diferente.
Os fundadores da Tok&Stok reafirmam o que disseram: “comparando os balanços, é possível ver que a Tok&Stok gera caixa, enquanto a Mobly queima. Esses números são fatos. Estão descritos em balanços e não podem ser tratados como ‘inverídicos’”.
E complementam a carta dizendo que “a decisão de ser diluída ou não era ao exclusivo critério da SPX, que optou por cometer diversas ilegalidades para vender o controle da Tok&Stok como estratégia para se desviar dessa decisão e poder sair da Tok&Stok”.
Confira, abaixo, a íntegra da carta assinada por Ghislaine e Regis Dubrule:
Após tomarmos conhecimento da nota encaminhada pela SPX, na qual a gestora afirma que nós estamos conduzindo uma campanha “distorcida, inverídica e inventada”, nós fundadores da Tok&Stok, Ghislaine e Regis Dubrule, achamos importante deixar claro aos leitores do NeoFeed como formamos nossa opinião contrária à venda para a Mobly.
O entendimento de que a transação é negativa deriva, em primeiro lugar, do nosso profundo conhecimento do setor, como gestores da Tok&Stok em seus mais de 40 anos de existência. Todos os exercícios em que estivemos à frente da gestão, o negócio foi lucrativo. Entre julho de 2023 e julho de 2024, período em que Ghislaine Dubrule conduziu a operação, houve uma significativa melhora dos números, dentro do cenário de crise da companhia.
Mesmo com todos os problemas de 2023, o EBITDA projetado para 2024 e a melhoria ainda naquele ano falam por si. O Ebitda da Tok&Stok estimado para este ano é positivo em uma faixa entre R$ 15 milhões e R$ 25 milhões. Já a partir de julho, o Ebitda passou a acumular números positivos. Em 2023, essa conta ficou ainda negativa, em R$ 14 milhões, mas com redução expressiva frente aos R$ 36 milhões de Ebitda negativo de 2022. Quando Ghislaine reassumiu no ano passado encontrou uma companhia com inúmeros descontroles operacionais da gestão anterior, além custos elevados em tecnologia e serviços de terceiros para serem corrigidos.
Os ajustes foram feitos em cenário de forte restrição de caixa, que prejudicaram os setores de compras e fornecedores – com isso, as vendas –, e ainda assim os resultados são notórios. A companhia vai terminar este ano com cerca de R$ 100 milhões em caixa. Comparando os balanços, é possível ver que a Tok&Stok gera caixa, enquanto a Mobly queima. Esses números são fatos. Estão descritos em balanços e não podem ser tratados como “inverídicos”.
Não temos nenhum problema em reafirmar que não acreditamos no modelo de gestão da Mobly e que, ao contrário, entendemos que a Tok&Stok tem um caminho positivo stand alone, sob nossa administração. Sobre nosso interesse ser “apenas retomar o controle”, como afirma a SPX, é importante esclarecer que o aumento de capital proposto e aprovado em 31 de julho, no valor de R$ 210 milhões, abria todas as portas para que a SPX participasse da capitalização, inclusive com a troca de dívida por ações – como é direito garantido pela lei.
A decisão de ser diluída ou não era ao exclusivo critério da SPX, que optou por cometer diversas ilegalidades para vender o controle da Tok&Stok como estratégia para se desviar dessa decisão e poder sair da Tok&Stok.
A SPX quer apenas deixar o negócio e vê a fusão com a Mobly como porta de saída, enquanto nós acreditamos e queremos continuar. Temos disposição de colocar nesse projeto nosso patrimônio pessoal, nosso trabalho e nossa responsabilidade.
Ass. Ghislaine e Regis Dubrule