Os fundadores da Mobly estão preparando para segunda-feira, 11 de novembro, a visita na sede da Tok&Stok para reunir as lideranças das duas empresas e comunicar aos quase três mil funcionários que as marcas passam a integrar o mesmo guarda-chuva.

Na noite de sexta-feira, 8 de novembro, a Mobly e a SPX assinaram o closing da venda do controle da Tok&Stok, uma fusão que foi anunciada há três meses, em 9 de agosto.

“A partir de agora significa que somos os acionistas controladores com 61% das ações da Tok&Stok”, diz Victor Noda, cofundador e CEO da Mobly, ao NeoFeed.

“Pelas minhas contas, desde que as conversas tiveram início lá atrás, foram 22 meses”, complementa Marcelo Marques, cofundador e CFO da Mobly.

Quando a SPX assinou o acordo de venda da sua participação na Tok&Stok para a Mobly, a assinatura final estava condicionada a três pontos.

O primeiro era a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a fusão das empresas de varejo de móveis e decoração. A decisão saiu relativamente rápida e a decisão aconteceu em 29 de agosto, 20 dias após a assinatura do deal entre Mobly e SPX.

Em 20 de setembro, os acionistas da Mobly aprovaram os termos do negócio em assembleia geral extraordinária. E, por fim, faltava a homologação da recuperação extrajudicial da Tok&Stok, que saiu na quarta-feira, 6 de novembro.

A partir do closing entre SPX e Mobly, a família Dubrule, fundadora da Tok&Stok, tem entre 10 dias e 15 dias para decidir se vai aderir e se tornar, também, acionista minoritária da Mobly ou se permanecerá apenas com a participação na Tok&Stok - em entrevista recente ao NeoFeed, Régis Dubrule era contrário à fusão.

Além do início da integração com os funcionários da Tok&Stok, Noda e Marques terão acesso pela primeira vez aos números atual da empresa. Eles, claro, receberam as informações durante a due dilligence, mas desde esse processo ficaram “no escuro”.

“Apesar da aprovação do Cade, somos concorrentes e se o deal não sai poderia ser um problema para o mercado”, diz Marques.

Mesmo assim, eles dizem que terão em mãos uma empresa com receita líquida de R$ 1,6 bilhão e Ebitda positivo já no primeiro dia. E serão 67 lojas.

Ao longo das próximas semanas, o plano de integração será finalizado. Já é certo que a holding que ficará sobre as marcas Mobly e Tok&Stok terá outro nome.

Esse é um movimento pensado para mostrar aos funcionários da Tok&Stok que eles fazem parte de um mesmo grupo e que ninguém será segregado.

O plano é ter uma gestão unificada. Isso significa que a Tok&Stok não terá um CEO e os três fundadores da Mobly terão embaixo deles um time operacional. “Será integração completa”, reforça Noda.

Nesse sentido, tudo o que for backoffice, ou seja, comum às duas marcas, será formado por um único time, com um executivo responsável e, se reportando a ele, um diretor para Tok&Stok e um para a Mobly.

Já o que for um diferencial competitivo das marcas continuará com times separados. Operação de lojas, desenvolvimento de produtos e marketing, por exemplo, exigem experiência e conhecimento específico.

Entre três e seis meses, Noda acredita que um bloco significativo de sinergias conseguirão ser capturadas. Um exemplo disso está no custo de mercadorias. A ideia é juntar os fornecedores que têm negócio com as duas marcas para consolidar a negociação de preços, volume e entregas.

Junto a isso vem um bloco grande de sinergias físicas. Na logística, a MoblyLog passa a fazer as entregas de Tok&Stok. E os centros de distribuição e operação serão integrados.

“Por isso, a tecnologia é o foco zero. É importante ter o mesmo sistema para saber quando o centro de distribuição pode ser integrado e destravar as sinergias”, diz Noda.

Com valor de mercado de R$ 318 milhões, a ação MBLY3 acumula queda de 26,4% no ano. Quando o deal com a Tok&Stok foi anunciado, o papel chegou a ser negociado a R$ 4,17. A ação fechou o pregão de sexta, 8 de novembro, a R$ 1,95 - uma queda de 53,2%.