No fim de tarde de terça-feira, 25 de julho, a Alphabet viu suas ações engatarem um rali na Nasdaq. Por volta das 17h20 (horário local), os papéis da dona do Google registravam alta de 7,42% nas negociações do after market na bolsa americana, dando à empresa um valor de mercado de US$ 1,5 trilhão.
A escalada veio na esteira da divulgação dos resultados do grupo no segundo trimestre de 2023, após o fechamento do pregão. Os números superaram as estimativas e, entre outras frentes, foram turbinados pelo desempenho em uma área em particular: a nuvem.
Em termos percentuais, a divisão Google Cloud registrou o maior salto no trimestre, com uma receita de US$ 8,03 bilhões. A cifra representou uma expansão de 28% na comparação com igual período do ano anterior e acima das projeções que apontavam para uma receita na casa de US$ 7,8 bilhões.
Esses avanços ajudaram a turbinar as perspectivas da Alphabet que, pelo quarto trimestre consecutivo, reportou crescimento de “apenas” um dígito em sua receita total. No intervalo de abril a junho, esse indicador somou US$ 74,6 bilhões, alta anual de 7%.
Principal divisão da Alphabet, ao reunir ofertas como busca, Google Play e o YouTube, a Google Services, por sua vez, alcançou uma receita de US$ 66,2 bilhões. Parte dessa área, a receita de publicidade, a “alma do negócio” da Alphabet, cresceu 3,3%, para US$ 58,1 bilhões.
Já no que diz respeito à última linha do balanço, a Alphabet divulgou um lucro líquido de US$ 18,3 bilhões, contra os US$ 16 bilhões apurados no mesmo intervalo de 2022.
“Nossos resultados financeiros refletem a resiliência contínua do negócio de buscas, com a aceleração do crescimento de receita tanto em buscas como no YouTube, assim como o ‘momentum’ na nuvem”, afirmou, em nota, Ruth Porat, CFO da Alphabet e do Google.
A divulgação do resultado foi acompanhada pelo anúncio da nomeação de Porat para o recém-criado posto de presidente e chief investment officer da Alphabet e do Google. No grupo desde 2015, a executiva vai assumir o novo posto em setembro e seguirá se reportando ao CEO Sundar Pichai.
Enquanto essa transição não acontece, a executiva e Pichai trouxeram outros indicadores que mostram a evolução da Alphabet na nuvem. No trimestre, a unidade registrou um lucro operacional de US$ 395 milhões, revertendo uma perda de US$ 590 milhões reportada um ano antes.
A Google Cloud reúne ofertas de infraestrutura, plataforma, colaboração e outros serviços na nuvem da Alphabet para clientes empresariais. E é a marca de combate do grupo na disputa com players como a AWS, braço de nuvem da Amazon, que lidera o setor, e a Microsoft.
O balanço da Microsoft
Comandada pelo CEO Satya Nadella, a Microsoft também divulgou seu balanço na mesma terça-feira, no caso, referente ao seu quarto trimestre fiscal. Assim como a Alphabet a gigante americana superou projeções, mas, diferentemente da rival, os números não agradaram os investidores.
No after market, os papéis da companhia, avaliada em US$ 2,6 trilhões, registravam baixa de 4,44%. E o principal motivo por trás dessa queda foi justamente o desempenho da plataforma de nuvem voltada a clientes empresariais.
Reunidas sob a bandeira da Azure, a plataforma de cloud da Microsoft registrou um salto de 27% em sua receita no trimestre. Apesar dessa evolução, o que desagradou o mercado foi a desaceleração do crescimento dessa linha, que havia reportado um avanço de 31% no trimestre anterior.
Entre outros números, a Microsoft divulgou uma receita total de US$ 56,1 bilhões no período, alta anual de 8%. Já o lucro líquido da empresa foi de US$ 20 bilhões, 20% superior na mesma base de comparação.