A Eletrobras, juntamente com suas subsidiárias Eletronorte e Furnas, anunciou nesta segunda-feira, 10 de junho, a venda do portfólio termoelétrico da companhia para o grupo Âmbar Energia, pelo valor total de R$ 4,7 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão de earn-out (com pagamento adicional condicionado a resultados futuros do negócio).
Com o fechamento do acordo, a Âmbar, geradora e comercializadora de energia do grupo J&F, assume de forma imediata o risco de crédito dos contratos de energia do portfólio. De acordo com a Eletrobras, os ativos registraram em 2023 uma receita liquida de R$ 2,4 bilhões e Ebitida de R$ 1,1 bilhão.
A Âmbar Energia possui R$ 4 bilhões em ativos, com 645 km de gasodutos e 27 unidades de geração de energia com capacidade instalada de 2,5 GW, sendo o quarto maior gerador de energia a gás natural do Brasil em capacidade instalada. Na área de comercialização, a empresa atua por meio da subsidiária Âmbar Comercializadora de Energia, com sede em São Paulo.
Segundo o comunicado ao mercado, a venda dos ativos resulta de um processo competitivo iniciado em julho de 2023, que possibilitou à Eletrobras maximizar a valoração de seus ativos com adequada alocação de risco, eliminando os impactos da inadimplência relacionados aos contratos de venda de energia.
A transação inclui os últimos ativos termoelétricos em operação da Eletrobras, além dos direitos de reversão dos Produtores Independentes de Energia (PIEs), com capacidade instalada total de 2 GW e prazo médio de contratação de cerca de dois anos (UTE Santa Cruz) e de cerca de seis anos (perímetro Eletronorte). O portfólio será transferido sem nenhuma dívida ou caixa.
O portfólio é composto por 8 ativos da Eletronorte no estado do Amazonas: UTE Mauá III (591 MW); UTE Rio Negro (188 MW); UTE Aparecida (166 MW); UTE Anamã (2 MW); UTE Anori (5 MW); UTE Codajás (5 MW); UTE Caapiranga (2 MW) e o Direito de Reversão “Complexo PIEs” (600 MW). Além do ativo de Furnas no Rio de Janeiro UTE Santa Cruz (500 MW).
A venda dos ativos foi assinada com dois acordos adicionais entre as partes. Na hipótese de uma operação subsequente envolvendo transferência do controle da distribuidora, contraparte dos contratos de energia dos ativos termoelétricos, a Eletrobras cederá a totalidade dos créditos contra a distribuidora para a Âmbar. Em contrapartida, a companhia terá uma opção de compra possibilitando a captura do benefício econômico fruto da recuperação operacional e financeira da distribuidora.
Além disso, as partes concordaram em adiar a opção de compra referente ao complexo eólico Baleia, o que permite à empresa assumir o resultado integral do direito de recebimento referente a ação de cobrança sobre a indenização securitária, ainda em discussão com a seguradora.
Com desvalorização de 13,6% no ano, a ação ELET6 da Eletrobras é negociada a R$ 40,05. O valor de mercado da companhia é de R$ 83,9 bilhões.