A Azul informou nesta segunda-feira, 28 de outubro, que captou US$ 500 milhões em uma nova emissão de dívida junto aos seus credores, que tem a finalidade de fortalecer a sua estrutura financeira.
De acordo com o fato relevante enviado ao mercado, os credores da Azul aceitaram fornecer até US$ 500 milhões em nova dívida com garantias prioritárias. Deste valor, US$ 150 milhões serão liberados ainda nesta semana, enquanto US$ 250 milhões devem ser debitados até o fim do ano. Além disso, a companhia aérea pode desbloquear US$ 100 milhões adicionais após esse período.
“Os credores concordaram em fornecer US$ 150 milhões de dívida com vencimento em 90 dias, período durante o qual a Azul trabalhará para finalizar e satisfazer as condições necessárias para obter o financiamento adicional com garantia prioritária, quando será disponibilizado o valor adicional de US$ 250 milhões, com o potencial de mais US$ 100 milhões condicionados a melhorias adicionais no fluxo de caixa”, informou a companhia.
Os credores que fazem parte da negociação representam mais de 66,7% dos títulos com garantia prioritária e vencimento em 2028, 2029 e 2030. Além disso, eles têm 95,6% das debêntures conversíveis existentes.
Segundo a Azul, o acordo ainda dá margem para uma potencial conversão dos títulos da dívida atual com vencimentos em 2029 e 2030 em ações. A conversão pode chegar até US$ 800 milhões e está condicionada à melhoria de US$ 100 milhões por ano no fluxo de caixa.
A iniciativa faz parte de um pacote completo de medidas que começou a ser anunciado no início de outubro, quando a companhia fechou um acordo com seus fabricantes e arrendadores de aeronaves para eliminar R$ 3 bilhões em dívidas. Na negociação, o valor foi substituído por 100 milhões de novas ações de emissão única.
O grupo, que na época representava 92% das obrigações de emissão de ações existentes, agora atinge 98% dessas obrigações.
As negociações e acordos mostram um caminho para a companhia aérea, que enfrenta dificuldades para lidar com suas dívidas de curto prazo. Desde o início do ano, surgiram opções como uma possível oferta de ações e até um pedido de recuperação judicial no molde do chapter 11, mas nenhum se concretizou.
Mesmo com o acordo com os fabricantes fechado, as ações da Azul recuaram 7,2% nos últimos 20 dias, levando seu valor de mercado para R$ 1,80 bilhão.
Agora, o mercado acompanha conversas sobre uma possível fusão com a Gol, assunto que continua pairando no ar e pode ser definido até o fim deste ano.